O mundo muda, quer queiram quer não. Estamos nos encaminhando para a Holocracia e o Socioholismo. Aos poucos, sem pressa, sem violências, inspirados em Gandhi.
A Democracia, como a conhecemos no Ocidente, vem do Capitalismo-Neoliberalismo-Consumismo que é excludente, alguns poucos explorando muitos. Este sistema apoiou a escravidão de índios e negros em tempos idos; exterminou praticamente todos os índios, milhões, nas Américas e quanto aos negros a barbárie foi e continua sendo terrível.
Pode-se dizer que na época dos descobrimentos o Capitalismo-Neoliberalismo-Consumismo Ocidental ainda não estava consolidado, mas estava a caminho. E no caso brasileiro são 500 anos, 5 séculos, meio milênio de tragédias absurdas, ainda hoje, lamentavelmente, presentes.
O Capitalismo-Neoliberalismo-Consumismo também inventou a bomba atômica; jogou duas sobre civis japoneses matando milhares; jogou napalm, um desfoliante químico em crianças indefesas no Vietnã, entre outras atrocidades. Penso que os vocábulos, democracia-capitalismo e socialismos estão condenados e com o passar do tempo vão desaparecer, virar, apenas, lições em um livro de História.
Os socialismos, que eram uma esperança para a melhoria do sistema acima, faleceram, coletivamente, nos anos 1990 com a perestroika e a glasnost. Como diz a Bíblia: não vai restar pedra sobre pedra em relação a estas iniqüidades, Jericós contemporâneas. É preciso ver que na antiguidade ateniense a democracia aceitava a escravidão e, infelizmente, tem sido assim até hoje, entra governo sai governo, entra sistema sai sistema, escravos modernos com carteira assinada ganhando salário mínimo, na fila do SUS ou espremidos em um transporte coletivo deficiente.
Então, iniciando a segunda década do século 21, 2011, queremos propor a Holocracia e o Socioholismo. São neologismos que já estão na internet. Vem de “holos”, do grego, o “todo”. Um sistema econômico e social mais espiritualizado, mais alternativo, mais altruísta, claro – repetimos – sem pressa, talvez para o final deste milênio.
Mestre Antonio Houaiss já dicionarizou os termos afins: holística e holismo. Simon Blackburn, professor da Universidade de Oxford também fala sobre o assunto, em seu Dicionário Oxford de Filosofia, publicado no Brasil pela editora Jorge Zahar, 1997. Quanto a Bíblia, procure no Antigo Testamento, quando os muros da cidade de Jericó foram destruídos.
É tempo de Holocracia e Socioholismo, sejam bem-vindos a este novo paradigma.
domingo, 26 de dezembro de 2010
domingo, 19 de dezembro de 2010
Heidegger e o Protestantismo
Antes de inclinar-se para o estudo e a pesquisa do Zen-Budismo, o pensador alemão aproximou-se da religião protestante.
Nascido em lar católico, seu pai era o sineiro, zelador e coroinha da paróquia local, Heidegger (1889 - 1976), chegou a ir para o seminário jesuíta, mas não foi ordenado na Companhia de Jesus, prefere a cátedra de filosofia.
Em 1917 casou com a protestante (luterana) Elfride Petri. Talvez a esposa tenha ajudado um pouco, visto que, dois anos mais tarde, ao nascer o primeiro filho não batizaram a criança conforme o costume católico.
Elfride escreveu ao bispo da cidade explicando os motivos de não batizar o menino e entre outras afirmou:
“O meu marido já não possui a sua crença religiosa e eu também não a encontrei (...) Lemos, conversamos, refletimos e rezamos, muito em conjunto, chegando, só agora à conclusão de que ambos pensamos de forma protestante” (página 111).
O pensador Edmund Husserl, professor de Martin Heidegger, na ocasião escreveu:
“A minha influência filosófica tem, certamente, algo de revolucionário; evangélicos tornam-se católicos, católicos tornam-se evangélicos. Contudo, não pretendo catolizar ou evangelizar: nada mais quero do que conduzir a juventude à seriedade radical de um pensamento que evita ocultar e violar os ideais determinantes e necessários para todo o pensamento racional (...) não exercitei qualquer influência na conversão para o protestantismo, de Heidegger e Oxner, se bem que veja isto de bom grado na qualidade de cristão livre (...) quer dizer `protestante adogmático` (páginas 119 e 120).
Maiores detalhes o leitor encontra no ótimo livro Martin Heidegger – A Caminho Da Sua Biografia, de Hugo Ott, publicado no ano 2000, em Lisboa, pela editora Instituto Piaget, 366 páginas.
O autor, Hugo Ott, é professor de História da Economia e História da Sociologia na Universidade de Freiburg, justamente onde Heidegger estudou.
Renomados teólogos protestantes da atualidade, em diversos países, investigam e admiram o pensamento de Heidegger.
Nascido em lar católico, seu pai era o sineiro, zelador e coroinha da paróquia local, Heidegger (1889 - 1976), chegou a ir para o seminário jesuíta, mas não foi ordenado na Companhia de Jesus, prefere a cátedra de filosofia.
Em 1917 casou com a protestante (luterana) Elfride Petri. Talvez a esposa tenha ajudado um pouco, visto que, dois anos mais tarde, ao nascer o primeiro filho não batizaram a criança conforme o costume católico.
Elfride escreveu ao bispo da cidade explicando os motivos de não batizar o menino e entre outras afirmou:
“O meu marido já não possui a sua crença religiosa e eu também não a encontrei (...) Lemos, conversamos, refletimos e rezamos, muito em conjunto, chegando, só agora à conclusão de que ambos pensamos de forma protestante” (página 111).
O pensador Edmund Husserl, professor de Martin Heidegger, na ocasião escreveu:
“A minha influência filosófica tem, certamente, algo de revolucionário; evangélicos tornam-se católicos, católicos tornam-se evangélicos. Contudo, não pretendo catolizar ou evangelizar: nada mais quero do que conduzir a juventude à seriedade radical de um pensamento que evita ocultar e violar os ideais determinantes e necessários para todo o pensamento racional (...) não exercitei qualquer influência na conversão para o protestantismo, de Heidegger e Oxner, se bem que veja isto de bom grado na qualidade de cristão livre (...) quer dizer `protestante adogmático` (páginas 119 e 120).
Maiores detalhes o leitor encontra no ótimo livro Martin Heidegger – A Caminho Da Sua Biografia, de Hugo Ott, publicado no ano 2000, em Lisboa, pela editora Instituto Piaget, 366 páginas.
O autor, Hugo Ott, é professor de História da Economia e História da Sociologia na Universidade de Freiburg, justamente onde Heidegger estudou.
Renomados teólogos protestantes da atualidade, em diversos países, investigam e admiram o pensamento de Heidegger.
domingo, 12 de dezembro de 2010
Carne Zen, Ossos Zen
Meados do século XX, foi publicado na língua inglesa, o livro clássico Zen Flesh, Zen Bones, uma ótima coletânea de textos Zen, do pesquisador Paul Reps.
Em 1999, saiu em português a excelente tradução pela editora Teosófica, mas com o título Histórias Zen, 182 páginas.
Vejamos uma história resumida, páginas 22/23:
“Vinte monges e uma monja, cujo nome era Eshun, estavam praticando meditação com um certo mestre Zen.
Eshun era muito bonita, embora sua cabeça estivesse raspada e sua vestimenta fosse simples. Vários monges a desejavam secretamente. Um deles escreveu a ela uma carta de amor, insistindo em um encontro reservado.
Eshun não respondeu. No dia seguinte, o mestre deu uma palestra para o grupo, e quando a aula terminou. Eshun levantou-se. Dirigindo-se ao monge que tinha lhe escrito, disse: “Se você realmente me ama tanto, venha e me abrace agora”.
Moral da história: se você ama, ame abertamente.
Em 1999, saiu em português a excelente tradução pela editora Teosófica, mas com o título Histórias Zen, 182 páginas.
Vejamos uma história resumida, páginas 22/23:
“Vinte monges e uma monja, cujo nome era Eshun, estavam praticando meditação com um certo mestre Zen.
Eshun era muito bonita, embora sua cabeça estivesse raspada e sua vestimenta fosse simples. Vários monges a desejavam secretamente. Um deles escreveu a ela uma carta de amor, insistindo em um encontro reservado.
Eshun não respondeu. No dia seguinte, o mestre deu uma palestra para o grupo, e quando a aula terminou. Eshun levantou-se. Dirigindo-se ao monge que tinha lhe escrito, disse: “Se você realmente me ama tanto, venha e me abrace agora”.
Moral da história: se você ama, ame abertamente.
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