"Escrever é um ato solitário, solitário de um modo diferente de solidão. Escrevo com amor e atenção e ternura e dor e pesquisa..."
- Clarice Lispector
domingo, 30 de setembro de 2007
sábado, 29 de setembro de 2007
Castro Alves - o poeta político
"Castro Alves é um dos principais poetas brasileiros. Nasceu na cidade de Curralinho, que hoje leva o seu nome, e morrreu em Salvador - 1847-1871. O verdadeiro nome deste bardo é Antônio Frederico de Castro Alves, que cunhou em seu fazer literário uma tônica bastante libertária. Mas também cantou o amor, as coisas do erotismo, suas paixões e fraquezas.
Por vezes, indignado, parece duvidar da existência de Deus, atrevido e audacioso. Espelhou sua época, a pujança da juventude inconformada com as diatribes do cotidiano e a inoperância das divindades em resolver os problemas cruciais que afligiam seu tempo.
Como ninguém cantou a dor dos escravos. Seus versos nos dão uma idéia da voracidade com que Castro Alves criticou a política vigente. Pode-se afirmar, sem sombra de dúvida, que sua arte é revolucionária, é política e não há aí nenhum desdouro, pois o homem é um animal político inserido num contexto e do qual não pode fugir de forma "apolítica", visto que, muitas vezes, tal expressão denota "conivência".
Sua poesia é também afro-brasileira, isto é, poesia brasileira de temática escravista, ou, se preferirem, abolicionista. Claro, lógico e evidente que estamos tratando, neste caso, do seu período de lutas em prol do negro escravo, da liberdade para todos. Sob este prisma, a figura do baiano de Curralinho é importante, na medida em que resgata para a nossa história literária a presença da escravidão (de triste memória, frise-se) e convém lembrar que o Brasil foi o último país a abolir a escravidão do braço africano, ou seja, as riquezas que por aqui se produziram muito deveram ao braço negro, e com aguda percepção Castro Alves colocou isso no papel.
Percebe-se, claramente, que com o seu ideal de transformação ele colocou-se no papel do serviçal africano que é raptado de sua região natal e transportado sob forma animal, a bem de uma pequena classe dominante. É de fato dantesca a descrição dos porões negreiros, é de fato atordoante o lamento que se depreende em "Vozes d'África". Sem forças, o homem critica a divindade. Entretanto, para o bem de todos, ele afirma que não se pode esperar mais, é preciso marchar, parar aquilo que nos despedaça, interna e externamente, e assim partir para a liberdade, sem ufanismos, mas com realidade e também como sonhos."
(Antonio Carlos Rocha in "Literatura Básica e Exercícios de Português para o Ensino do Segundo Grau", Editora Vozes, 1985, págs. 30 a 37).
Por vezes, indignado, parece duvidar da existência de Deus, atrevido e audacioso. Espelhou sua época, a pujança da juventude inconformada com as diatribes do cotidiano e a inoperância das divindades em resolver os problemas cruciais que afligiam seu tempo.
Como ninguém cantou a dor dos escravos. Seus versos nos dão uma idéia da voracidade com que Castro Alves criticou a política vigente. Pode-se afirmar, sem sombra de dúvida, que sua arte é revolucionária, é política e não há aí nenhum desdouro, pois o homem é um animal político inserido num contexto e do qual não pode fugir de forma "apolítica", visto que, muitas vezes, tal expressão denota "conivência".
Sua poesia é também afro-brasileira, isto é, poesia brasileira de temática escravista, ou, se preferirem, abolicionista. Claro, lógico e evidente que estamos tratando, neste caso, do seu período de lutas em prol do negro escravo, da liberdade para todos. Sob este prisma, a figura do baiano de Curralinho é importante, na medida em que resgata para a nossa história literária a presença da escravidão (de triste memória, frise-se) e convém lembrar que o Brasil foi o último país a abolir a escravidão do braço africano, ou seja, as riquezas que por aqui se produziram muito deveram ao braço negro, e com aguda percepção Castro Alves colocou isso no papel.
Percebe-se, claramente, que com o seu ideal de transformação ele colocou-se no papel do serviçal africano que é raptado de sua região natal e transportado sob forma animal, a bem de uma pequena classe dominante. É de fato dantesca a descrição dos porões negreiros, é de fato atordoante o lamento que se depreende em "Vozes d'África". Sem forças, o homem critica a divindade. Entretanto, para o bem de todos, ele afirma que não se pode esperar mais, é preciso marchar, parar aquilo que nos despedaça, interna e externamente, e assim partir para a liberdade, sem ufanismos, mas com realidade e também como sonhos."
(Antonio Carlos Rocha in "Literatura Básica e Exercícios de Português para o Ensino do Segundo Grau", Editora Vozes, 1985, págs. 30 a 37).
domingo, 23 de setembro de 2007
Vida
"Escrever é como respirar. Só que é muito mais doloroso" - Breyten Breytenbach, escritor sul-africano.
domingo, 16 de setembro de 2007
O Humor Nosso De Cada Dia
Confúcio, um célebre sábio chinês que viveu entre 551-479 a.C., certa feita afirmou que "uma imagem vale mais que mil palavras". Com o passar do tempo essa assertiva vem sendo muito utilizada, citada, confirmada e cada vez mais comprovada. Estamos vivendo em plena era ótica e o predomínio é do aspecto visual, da imagem, como bem disse Confúcio.
O humor, quer seja no texto, no cartum (do inglês - cartoon - bonecos desenhados em situações onde, normalmente, desponta o ser humano e suas vicissitudes), na charge (do francês - a representação pictórica de caráter burlesco que satiriza uma pessoa, um fato, uma situação etc), na caricatura (do italiano - o artista se inspira em aspectos que chamam a atenção e assim e assim representa, de forma caricata, a pessoa, o fato, a ocasião), produz no receptor uma dada imagem, fruto da reação daquele que lê, assiste, vê ou contempla a peça humorística; e muitas são as formas de humor, muitas são as suas manifestações, muitos são os caminhos que levam ao humor.
Em geral, o humor está associado ao riso, é a conotação imediata, mas não é só isso. Pode-se fazer humor e a forma de riso ser bem outra, diferente da que estamos acostumados a perceber. É alegria, mas também é reflexão, e é aí que está a grande inventiva e a sua importancia.
Vejamos o exemplo do capítulo: é um texto. O autor valeu-se de uma notícia no jornal para registrar um fato curioso, inusitado. Essa é uma das propriedades do humor, ver no insólito, no inusual um motivo de riso e reflexão.
O humor está presente nos mais variados aspectos da vida e é uma forma de compreendermos a realidade e atré brincar com ela, visto que, o jogo, o ludismo é uma das características do gênero humano.
Antonio Carlos Rocha (in "Literatura Básica e Exercícios de Português para o Ensino do Segundo Grau", vol. 1, Ed. Vozes, 1985, págs. 46,47,48 - trecho).
O humor, quer seja no texto, no cartum (do inglês - cartoon - bonecos desenhados em situações onde, normalmente, desponta o ser humano e suas vicissitudes), na charge (do francês - a representação pictórica de caráter burlesco que satiriza uma pessoa, um fato, uma situação etc), na caricatura (do italiano - o artista se inspira em aspectos que chamam a atenção e assim e assim representa, de forma caricata, a pessoa, o fato, a ocasião), produz no receptor uma dada imagem, fruto da reação daquele que lê, assiste, vê ou contempla a peça humorística; e muitas são as formas de humor, muitas são as suas manifestações, muitos são os caminhos que levam ao humor.
Em geral, o humor está associado ao riso, é a conotação imediata, mas não é só isso. Pode-se fazer humor e a forma de riso ser bem outra, diferente da que estamos acostumados a perceber. É alegria, mas também é reflexão, e é aí que está a grande inventiva e a sua importancia.
Vejamos o exemplo do capítulo: é um texto. O autor valeu-se de uma notícia no jornal para registrar um fato curioso, inusitado. Essa é uma das propriedades do humor, ver no insólito, no inusual um motivo de riso e reflexão.
O humor está presente nos mais variados aspectos da vida e é uma forma de compreendermos a realidade e atré brincar com ela, visto que, o jogo, o ludismo é uma das características do gênero humano.
Antonio Carlos Rocha (in "Literatura Básica e Exercícios de Português para o Ensino do Segundo Grau", vol. 1, Ed. Vozes, 1985, págs. 46,47,48 - trecho).
domingo, 2 de setembro de 2007
Leituras
A literatura não tem uma única leitura. Cada leitura, mesmo do mesmo leitor, revela-se nova, outra, em cada uma o leitor é mobilizado por uma experiência nova. Por isto ela é fonte de experiência.
Rogel Samuel (Literatura Básica, vol. 1. Vozes, 1985, p. 9).
Rogel Samuel (Literatura Básica, vol. 1. Vozes, 1985, p. 9).
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