Árvores são pessoas, do reino vegetal. Existem pessoas do reino mineral, pessoas do reino animal racional e pessoas do reino animal irracional.
Foi o antropocentrismo que inventou que o homem é o centro do universo. E com isso o homem ignorou a mulher, ao longo dos séculos. Foi preciso chegar o feminismo, só no século XX para começar a restaurar as coisas.
O antropocentrismo também inventou guerras, bomba atômica, poluição, devastação das florestas, exploração econômica, política e social de um grupo sobre o outro, de um país contra outro e lamentáveis tragédias atuais.
O antropocentrismo também inventou, entre suas mazelas, o racismo; e na época da escravidão afirmavam que os índios e os negros não tinham alma.
Agora, surge na Escócia um movimento ecológico onde as pessoas falam e conversam com as árvores. Na Tailândia, praticantes budistas vestem as árvores com os mantos dos monges e as reverenciam como se fossem iluminadas, e de fato são.
Mas isso não é novidade, desde os anos 1970, a Literatura Brasileira tem um ótimo livro chamado “O Meu Pé de Laranja Lima”, de José Mauro de Vasconcelos, onde um menino conversa com a cítrica árvore. Diga-se de passagem que a equivocada e elitista crítica ignorou, solenemente, este grande autor.
Na civilização das árvores, que está em extinção, nunca houve violência.
Pode-se argumentar que não há lógica, pois a civilização consiste no realizar, no fazer, no transformar humano. Ora, Antropocentrismo e Lógica formam um casal poluidor. Ainda bem que os filhos: lógica contemporânea, não-lógica, qual-lógica, lógica de quem, lógica para quem começam a questionar.
É da Escócia também, que vem o excelente O Chamado das Árvores, de Dorothy Maclean, editora Irdin, 168 páginas. A sexagenária autora conversa, ouve, medita e reza com as árvores.
Também não é novidade, desde o século VI antes de Cristo, o Buda, em seus mais antigos pronunciamentos também conversava, meditava e ensinava não só ao reino vegetal, como aos espíritos que moram nas árvores.
Mas é bem provável que o citado casal: Antropocentrismo e Lógica, julgue tudo isso, ficção, algo que só existe no maravilhoso Reino da Literatura.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
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