sexta-feira, 29 de junho de 2012

Os Quacres e o Zen


Serviço Social e o Zen

O título do livro é “Ajuda pelo Zen-Budismo”, de David Brandon,  editora Pensamento, 1976.

O autor dirigiu a Divisão de Estudos Sociais Aplicados da Escola Politécnica Preston, da Inglaterra. Foi assistente social durante 15 anos e atualmente é diretor de um projeto de pesquisa, financiado pelo governo britânico, acerca de jovens desabrigados. Este último dado é preciso, talvez, re-pensar em função do livro ser muito antigo.

Muito antigo, mas muito bom.

Interessante que, já naquela época, o governo inglês aceitava pesquisas com orientação Zen.

Vejamos um trecho. Brandon faz um paralelo entre o Zen-Budismo e os Quacres, denominação cristã, protestante.

“A natureza do Zen não reside na erudição, na filosofia, na doutrina budista, ou sequer no zazen (meditação sentada); em outras palavras. Ela reside apenas numa coisa, ou seja, na introvisão da natureza búdica que existe em cada pessoa.

“Isso se aproxima do que os quacres querem dizer quando se referem à “luz interior de cada homem”. A contribuição dessa idéia se aprofundou à medida que os anos passaram. O processo de ajuda consiste essencialmente em explorar esta luz interior, tornando-nos, do modo mais espontâneo possível, um exemplo para que as outras pessoas encontrem sua própria luz”.

Sobre os quacres afirma Karen Farrington, no ótimo livro História Ilustrada da Religião, editora Manole, 1999, que eles são pacifistas, mas “lutaram” muito pela emancipação dos escravos e pela humanização das prisões nos Estados Unidos.

O que caracteriza um culto quacre é o silêncio. Todos ficam observando, cada um de per si, a sua “luz interior”, até que alguém sendo tocado por esta experiência intraduzível, pois é pessoal e intransferível, e só então pode falar algo de natureza do Evangelho. Às vezes, em uma reunião quacre, ninguém fala nada, só se ouve o silêncio.

A corrente fundada pelo inglês George Fox (1624-1691), também é conhecida como Sociedade dos Amigos, os praticantes são estimulados a serem “Amigos de Cristo”.

Não há hierarquia, sacramentos ou juramentos.


domingo, 17 de junho de 2012

Rogel estuda Tufic


Professor doutor em Teoria Literária, aposentado da UFRJ, autor de vários livros e consagradas reedições, Rogel desta vez partiu para um bonito ensaio. Diga-se de passagem que Rogel tem uma produção webensaística impressionante pela quantidade de textos.

Quem nunca fez versos elogiando a mãe? Certamente inúmeros fazem, fizeram e farão, com dotes poéticos e não-poéticos. Mas o interessante é que Samuel captou nas entrelinhas da obra poética de Jorge Tufic, algo mais que simples e merecidas declarações de amor à digníssima mãe.

Recomendamos:    http://jorge-tufic.blogspot.com

Vejamos algumas palavras de Rogel Samuel:

“O pequeno livro é uma obra-prima em quinze sonetos. E começa por uma invocação.

Ler é nomear sentidos, faze-los funcionar, dar-lhes corda, os sentidos estão e/ou partem dali. Ler é um ato de mobilidade, de por em movimentação os sentidos. Mas não todos. Não há um todo, um limite. Por isso, diz Barthes, o esquecimento crítico é um valor do texto, haverá sempre sentidos esquecidos, nunca se poderá reunir todos os sentidos na arena da rigidez de uma grelha analítica.

Na filosofia se definem falar e dizer; num certo sentido: o falar remete ao falante, o dizer remete as coisas mesmas ditas”.

Resumindo: a arte de Jorge Tufic, que estreou na poesia em 1956, levou/inspirou Rogel a altos vôos filosóficos.

Gratidão aos dois: ao primeiro pela beleza poética, artística, estética e outros sinônimos. Ao segundo pela magnífica aula de filosofia.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Ensino Fundamental - RJ


Pesquisa Educacional – RJ

Na última quinta-feira de maio, 31/05/2012, participei de uma reunião com vários professores do Estado, coordenadores, diretores e alunos de 9º ano, da Regional Metro V, Baixada Fluminense. O evento aconteceu à tarde, no Teatro Raul Cortez, em Duque de Caxias.

Entre os temas abordados pelos professores representantes da SEEDUC – Secretaria de Estado de Educação, um tema chamou minha atenção. Os dados de uma pesquisa apresentados pela professora palestrante.

Disse ela: “92% de nossos alunos gostam de ir à Escola, entretanto, mais de 60% destes mesmos alunos não gostam de estudar”.

O dado é significativo. Conversando com outros professores, deduzimos, através de diálogos com os estudantes que, os alunos vão à escola pelos mais diversos motivos: para ter o cartão bolsa família, pois se faltarem perdem o benefício. Pela merenda, para conversar, para brincarem, se ficarem em casa os pais e/ou responsáveis obrigam na limpeza da casa: varrer, lavar pratos, cuidar dos irmãos mais novos, tarefas do lar em geral.

Talvez a grande imprensa desconheça estes dados. Diante de um quadro destes, os professores não podem fazer milagres.

Outros colegas me disseram, pelo que observam, talvez o número de alunos que não gostam de estudar seja bem superior aos revelados 60%. E aqui os motivos são muitos, porque não gostam de estudar.

Colocar a culpa nos professores, convenhamos, não é atitude correta.