domingo, 15 de julho de 2012

Sabedoria Asiática


O Céu Comunista

Nos anos 1970, estudei muito o I CHING – O Livro das Transmutações, considerado um dos livros mais antigos da humanidade, tanto quanto a Bíblia. Utilizo a versão da editora Record, 1971, traduzida direta do chinês por John Blofeld (1913-1987), um inglês budista que viveu muitos anos na Ásia. Agora volto a estudar este belo volume de filosofia chinesa. Alguns o tem como oráculo, nada contra, a meu ver, é um profundo texto do multimilenar pensamento chinês.

Sempre digo que o comunismo é uma “utopia religiosa” (não confundir com os socialismos que morreram com a glasnost e a perestroika no final dos anos 1980). Por ser uma utopia religiosa não vai se concretizar nunca no plano terreno. Repito, não vai se concretizar nunca, aqui em nosso plano físico, pois o ser humano é muito imperfeito, então só pode fazer coisas imperfeitas, semi-perfeitas. É por isso que Jesus e outras religiões afirmam:“meu reino não é deste mundo”.

Vejamos a página 126 da citada edição, onde o tradutor explicita o texto que, segundo ele, tem mais de 6 mil anos:

“O caminho do céu é diminuir o que está cheio demais e aumentar o que é humilde; o caminho da terra é transformar o que está cheio e ajudar o que é modesto a fluir suavemente. Deuses e demônios destroem os enfatuados, mas cumulam os modestos de prosperidade. O caminho do homem é abominar os arrogantes e gostar dos modestos. Assim a modéstia recebe reverência e glória; é uma qualidade admirável; nada pode superá-la. O homem superior procura sempre ser modesto”.

O I Ching está aqui referindo-se ao hexagrama 15 e logo a seguir explica: “O Homem Superior tira do que é demais para aumentar o que é de menos. Ele pesa as coisas e as distribui com justiça”.

Quem sabe a lenda de Robin Hood inspira-se neste versículo?

Estamos em tempo de eleições. Quando teremos candidatos que se aproximem dos princípios acima?


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