O Céu Comunista
Nos anos 1970, estudei
muito o I CHING – O Livro das Transmutações, considerado um dos livros mais
antigos da humanidade, tanto quanto a Bíblia. Utilizo a versão da editora
Record, 1971, traduzida direta do chinês por John Blofeld (1913-1987), um
inglês budista que viveu muitos anos na Ásia. Agora volto a estudar este belo
volume de filosofia chinesa. Alguns o tem como oráculo, nada contra, a meu ver,
é um profundo texto do multimilenar pensamento chinês.
Sempre digo que o
comunismo é uma “utopia religiosa” (não confundir com os socialismos que
morreram com a glasnost e a perestroika no final dos anos 1980). Por ser uma
utopia religiosa não vai se concretizar nunca no plano terreno. Repito, não vai
se concretizar nunca, aqui em nosso plano físico, pois o ser humano é muito
imperfeito, então só pode fazer coisas imperfeitas, semi-perfeitas. É por isso
que Jesus e outras religiões afirmam:“meu reino não é deste mundo”.
Vejamos a página 126
da citada edição, onde o tradutor explicita o texto que, segundo ele, tem mais
de 6 mil anos:
“O caminho do céu é
diminuir o que está cheio demais e aumentar o que é humilde; o caminho da terra
é transformar o que está cheio e ajudar o que é modesto a fluir suavemente.
Deuses e demônios destroem os enfatuados, mas cumulam os modestos de
prosperidade. O caminho do homem é abominar os arrogantes e gostar dos
modestos. Assim a modéstia recebe reverência e glória; é uma qualidade
admirável; nada pode superá-la. O homem superior procura sempre ser modesto”.
O I Ching está aqui
referindo-se ao hexagrama 15 e logo a seguir explica: “O Homem Superior tira do
que é demais para aumentar o que é de menos. Ele pesa as coisas e as distribui
com justiça”.
Quem sabe a lenda de
Robin Hood inspira-se neste versículo?
Estamos em tempo de
eleições. Quando teremos candidatos que se aproximem dos princípios acima?
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