O Menino Guia
Vez por outra,
presencio atitudes de que me fazem contemplar a beleza dos seres humanos.
Hoje, por volta das
13:30 horas, foi uma delas, ali, na Praça do Pacificador, Centro de Duque de
Caxias, Baixada Fluminense.
Vi um casal de idosos,
ambos cegos (deficientes visuais) com suas respectivas varinhas mágicas tocando
o chão das ruas e calçadas.
O senhor apoiava a mão
no ombro da senhora e ela segurava a mão de um menino; pela altura deveria ter
uns 4 ou 5 anos.
A criança conduzia o
casal com seriedade. Parecia estar trabalhando, consciente da importância do
que realizava. Atravessou a rua com firmeza e segurança, na calçada procurava
os melhores lugares, desviando do fluxo de pessoas.
Olhei bem para o rosto
do menino. Podia ser filho ou neto do casal. Não importa o grau de parentesco,
o que importa era o “ar” de responsabilidade como ele conduzia os idosos.
Então lembrei dos
ensinamentos do Buddha. Somos eternamente gratos aos nossos pais e
antepassados, não temos como pagar esta dívida. E antepassado não é só a
família consangüínea, um vizinho pode ser antepassado, um professor pode ser
ancestral, enfim, todo o ecossistema.
Lembrei também do
outro ensinamento do Zen-Budismo: “Um dia sem trabalho, um dia sem comida”.
Todos devem trabalhar, por mais simples que seja a atividade, o Darma recomenda
a sabedoria do trabalho, da atenção na ocupação, não importa a idade, arrumar
um quarto, lavar uma louça, varrer uma sala (não estamos falando de trabalho
escravo de menores, entendam o sentido filosófico que estou colocando no
texto).
E este menino, em sua
seriedade de propósito, me fez acreditar, mais uma vez, que um dia, não importa
quando... a espécie humana vai melhorar e respeitar o próximo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário