Primórdios da Literatura na Síria
Antonio Carlos Rocha*
“Entre as literaturas cristãs do
Oriente o primeiro lugar, por antiguidade, amplitude e importância, cabe
indubitavemente à literatura siríaca”, a afirmação está na página 150, volume
1, obra monumental “História das Literaturas Universais”, do alemão Wolfgang
Einsiedel, publicada em Lisboa, em seis volumes pela Editorial Estampa, em 1973.
A língua siríaca, originalmente era um
ramo do aramaico, a língua falada por Jesus Cristo. Talvez, por isso, após a
morte de Jesus, circulavam na região muitos textos apócrifos, gnósticos,
esotéricos como “O Canto da Pérola”, um dos capítulos dos “Atos”, texto
apócrifo atribuído ao Apóstolo Tomé.
O poeta sírio Bardesane, mais ou menos
(154-222), é o primeiro escritor que se estuda na localidade. Ele escrevia
hinos inspirados no Antigo Testamento. O Islã, que domina hoje a Síria, só
chegou ao país, no século VII.
A primeira frase, deste pequeno artigo
significa que A Bíblia muito influenciou as literaturas em cada nação do
Ocidente e Oriente Próximo. Lemos os textos bíblicos como produções literárias,
ainda que tenham abordagens teológicas, eclesiásticas, hagiológicas.
Da pena do Apóstolo Tomé, nós temos
publicado no Brasil, “O Quinto Evangelho”, traduzido e comentário pelo jesuíta
gaúcho Huberto Rohden (1893-1981) que após largar o hábito monacal foi ser
professor na Universidade de Princeton (presbiteriana), nos EUA, e foi colega
de cátedra do grande cientista Albert Einstein, que também gostava de Teologia.
A referida tradução tem o selo recente
da editora Martin Claret, 2010, pois antes já fora publicado, nos anos 1970,
pelas edições Alvorada/Freitas Bastos.
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