A professora doutora Vera Lins, da Faculdade de Letras, da UFRJ, realizou uma excelente pesquisa e resgatou para todos nós, leitores ávidos pela história da Literatura Brasileira, um nome que andava esquecido:
Luiz Gonzaga Duque-Estrada nasceu em 21 de junho de 1863, à rua do Sabão, na Cidade Nova, Rio de Janeiro, depois rua Visconde de Itaúna, que hoje não existe mais, incorporada ao novo traçado da Av. Presidente Vargas. De ascendência nórdica, por parte do pai, foi registrado pelo pai adotivo, José Joaquim da Rosa, com o sobrenome da mãe, Luiza Duque-Estrada.
A dor e a melancolia fizeram parte de sua vida, em que pesaram a perda de filhos, uma catarata nos dois olhos (que inutilizou-lhe a visão de um dos lados) e as dificuldades financeiras.
Sentindo-se mal, ao voltar para casa da redação da revista Fon-Fon, morreu do coração em 8 de março de 1911, às 3 horas da tarde.
Seus sonhos para o filho revelam seus ideais e projetos. Gonzaga Duque foi um intelectual que tentava manter vivos os valores de uma cultura que a técnica e o jornalismo massificantes arrasavam. Esse franco-atirador, amigo do debate, com um conhecimento largo e profundo da cultura brasileira e européia, hoje seria considerado um “cardeal”, herdeiro modernos dos monges, intercessor sagrado entre os homens e o saber, uma estirpe cada vez mais rara.
Em sua agenda, Gonzaga Duque anota em 1908:
“O desvio dos verdadeiros princípios socialistas já se anuncia. Indivíduos que não tem uma moral sólida se fazem apóstolos de novos ideais. Isto prova que na humanidade tudo é relativo, o ideal do supremo bem pela Justiça é uma mentira. Os próprios positivistas são intratáveis, secos e pedantes”.
- trechos do livro Gonzaga Duque – A Estratégia Do Franco Atirador, de Vera Lins, editora Tempo Brasileiro, páginas 26 a 28.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
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