segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Literatura Vipássana



Economia Monástica

“No tempo de Buda, um rei abastado ofereceu aos monges quinhentas novas túnicas. Para ele, essa oferta foi uma ninharia, no entanto, como era muito agarrado à sua riqueza, perguntou a Ananda, o secretário do Buda: “Eu dei quinhentas túnicas novas à Sangha (ordem dos monges), que vai tu fazer com elas?”

Ananda respondeu: Vou mandar guardá-las.

- Por que?

- Só vou dar uma túnica nova a um monge quando achar que as suas vestes estão gastas. É assim que usamos os donativos que recebemos.

- E que vais fazer com as vestes velhas e rotas? – perguntou o rei.

- Das vestes gastas vou cortar alguns panos para fazer lençóis.

- Bem, e quando esses lençóis também estiverem rotos, o que vais fazer?

- Corto-os de novo em bocados e faço toalhas. – replicou Ananda.

 - Muito bem ! E quando essas toalhas se romperem, o que fazes então com o tecido?

- Corto-o em pequenos bocados e faço pequenas toalhas para limpar as mãos.

- Essas também se vão romper; nessa altura, o que vais fazer?

- Vou tirar pequenos bocados, juntá-los, e fazer alguns farrapos para lavar os pés daqueles que chegam com eles enlameados.

- Que bom ! E quando esses também se romperem que vais fazer?

- Vou desfazê-los e reduzi-los a uma pasta para depois fazer algo de útil com ela.

- Que maravilha.”

A história acima está na página 21 do ótimo livro “Para o Benefício de Muitos”, de Sathya Narayan Goenka, falecido professor de Vipássana.

- A obra, com 288 páginas, foi publicada em Portugal, pelos alunos e discípulos de Goenkaji, exemplifica a simplicidade budista.

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