Economia Monástica
“No tempo de Buda, um
rei abastado ofereceu aos monges quinhentas novas túnicas. Para ele, essa
oferta foi uma ninharia, no entanto, como era muito agarrado à sua riqueza,
perguntou a Ananda, o secretário do Buda: “Eu dei quinhentas túnicas novas à
Sangha (ordem dos monges), que vai tu fazer com elas?”
Ananda respondeu: Vou
mandar guardá-las.
- Por que?
- Só vou dar uma
túnica nova a um monge quando achar que as suas vestes estão gastas. É assim
que usamos os donativos que recebemos.
- E que vais fazer com
as vestes velhas e rotas? – perguntou o rei.
- Das vestes gastas
vou cortar alguns panos para fazer lençóis.
- Bem, e quando esses
lençóis também estiverem rotos, o que vais fazer?
- Corto-os de novo em
bocados e faço toalhas. – replicou Ananda.
- Muito bem ! E quando essas toalhas se
romperem, o que fazes então com o tecido?
- Corto-o em pequenos
bocados e faço pequenas toalhas para limpar as mãos.
- Essas também se vão
romper; nessa altura, o que vais fazer?
- Vou tirar pequenos
bocados, juntá-los, e fazer alguns farrapos para lavar os pés daqueles que
chegam com eles enlameados.
- Que bom ! E quando
esses também se romperem que vais fazer?
- Vou desfazê-los e
reduzi-los a uma pasta para depois fazer algo de útil com ela.
- Que maravilha.”
A história acima está
na página 21 do ótimo livro “Para o Benefício de Muitos”, de Sathya Narayan
Goenka, falecido professor de Vipássana.
- A obra, com 288
páginas, foi publicada em Portugal, pelos alunos e discípulos de Goenkaji, exemplifica
a simplicidade budista.
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