terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Literatura e Hagiologia



Santa Flor

No calendário católico espanhol*, hoje, além de outros santos, também é Dia de Santa Flor.

Procurei no calendário católico brasileiro e francês não encontrei; procurei na web e não vi.

Outro dia falei aqui de Santa Flora, representando todo o Reino Vegetal.

Talvez Santa Flor seja da Igreja Ortodoxa, não sei. Quem descobrir, por favor, me avise.

De qualquer modo, queremos reverenciar neste último dia de 2013, nossa nova amiga espiritual: Santa Flor. Que ela concretize, materialize para 2014 uma bela flor em cada ser vivo, uma flor com muitas ótimas vibrações positivas.

Aproveitamos para agradecer a 2013 e, popularmente como se diz: “Aí Ano 2013, valeu !”

Santa Flor é mãedroeira (em vez de padroeira) das flores. Talvez matriarca fique melhor. Digamos que ela é a regente das belezas e perfumes.

E, como somos ecumênicos veja o que o Senhor Buddha ensinou:

“Quando alcançamos a libertação chamada beleza, sabemos em verdade, o que é beleza”. (Samyuta Nikaya, Digha Nikaya)**


(*) Oficina San Pablo, Calendário 2013, Madrid.

(**) Dhammapada, ediciones Debolsillo, 2011, Barcelona, página 25.

- O teólogo protestante alemão Holgen Kerst afirma que o Cristianismo é uma linhagem do Budismo Mahayana (ver “O Buda Jesus” e “Jesus viveu na Índia”, editora Best Seller).

sábado, 14 de dezembro de 2013

Literatura Zen



Cargo é Vaidade


Durante a Era Meiji (1867-1902) no Japão, o governador da importante cidade de Kioto, chamava-se Kitagaki.

Na mesma época havia um monge budista famoso, chamado Keichu, era o superior do Templo Tofuku, uma espécie de catedral.

Belo dia o governador pensou em visitar o Templo e enviou um cartão de visita por um dos assessores, para marcar a audiência.

Quando o Venerável religioso leu: “Kitagaki, governador de Kioto” exclamou: “Não tenho nada a tratar com esta pessoa, diga para ele ir embora daqui”.

Desapontado o assessor ficou preocupado com a coragem do sacerdote, pediu desculpas e voltou para o palácio.

Contou o acontecido ao chefe que, entendeu o recado, com um lápis riscou a palavra “Governador” e mandou de volta o assistente.

Ao ler o cartão riscado, o monge exclamou: “Oh! É Kitagaki, quero vê-lo, vamos marcar a reunião !”

Moral da História: o monge queria conversar com o ser humano, saber de sua vida, alegrias e tristezas,  e não com dialogar formalmente com o rótulo, com o título...

Fonte: Zen Flesh, Zen Bones (carne zen, ossos zen), na tradução: Histórias Zen compiladas por Paul Reps, editora Teosófica, 1999.


sábado, 7 de dezembro de 2013

Haicai social



Haikay de Trotsky ?


“Se o sol não brilhar
Para a classe operária
Nós vamos apagar o sol”.*

A meu ver, uma das mais belas poesias. Pequena estrofe de grande significado. Um apressado leitor pode pensar que seria uma crise de arrogância do famoso bolchevique.

Contudo, humanisticamente, podemos ver a preocupação do Chefe do Exército Vermelho com os mais pobres, digamos até uma forma de caridade ... sei que muitos não vão gostar desse vocábulo que sugere religião, mas os termos “caridade, princípio de caridade” também estão no âmbito da Filosofia, ver o Dicionário Oxford de Filosofia, de Simon Blackburn, Jorge Zahar Editor, 1997.

Quanto apagar o astro-rei, de nosso sistema solar, o citado poeta não está errado. Cientistas afirmam que belo dia, daqui a alguns milhões de anos, o sol vai diminuir-se humildemente e apagar-se aos poucos. É a Lei da Impermanência que o Buda falava... tudo passa. Claro, nesse tempo, a Vida em suas múltiplas formas terá ido para outros planetas, quiçá... outros sistemas solares, outros sóis.

Se ele já está apagando-se milimetricamente... entendemos que, nesse plano físico, parece difícil, por uma série de fatores, a classe operária ficar numa boa, até porque os poderes têm muito apego, desenvolvem o egoísmo (outra palavra do citado dicionário) e não compartilham equitativamente as benesses e equilíbrio social.

Leon Trotsky (1879-1940) nascido na Ucrânia está sepultado no México. Espiritualistas afirmam que hoje ele é um Espírito em recuperação, rumo à Caridade Cósmica, aprendendo e praticando os princípios intergalácticos de Fraternidade e Sabedoria.

(*) conforme antigo de livro de estudos literários publicado por Edições Tempo Brasileiro, 1980.



quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Literatura Krishnamurtiana



Sabedoria todo dia

Mais adiante, a duras penas, os povos irão compreender que não precisamos de Política, de Políticos (com letras maiúsculas ou minúsculas), precisamos de sábios, de sabedoria (com letras maiúsculas e minúsculas).

Certa feita, perguntaram ao pensador indiano Jiddu Krishnamurti quem seria melhor para dirigir os destinos do mundo: o político ou o religioso? E Jiddu respondeu: “espero que nem um, nem outro”.

Em língua portuguesa temos diversos livros de Krishnamurti publicados e hoje, recomendo “Liberte-se do Passado”, tem edições várias.

É isso mesmo, para sermos felizes, precisamos nos libertar do passado e, no caso, a Política regeu e rege uma forma arcaica de ser no mundo.

Observe que em nome da Política guerras são feitas, famílias destruídas, países destroem-se e muita dor, bastante sofrimento para os idosos, crianças, civis inocentes... então essa tal de Política não faz bem à saúde: gera ódios, vinganças e afins.

Portanto, está na hora de começarmos a construir a Sabedoria diária, sabedoria 24 horas, desde comprarmos o pão na esquina pela manhã, até altas decisões palacianas. É preciso ser/ter sabedoria.

As tais negociações/conciliações devem ser/ter Sabedoria, tendo em vista o bem comum.

Em vez de parlamentares, parlamentos, teremos conselhos de sábios, reuniões simples com senhores e senhoras dignos, decentes, gente simples desenvolvendo sabedoria em todas as áreas. Sem precisar ganhar rios de dinheiro e o excedente vai para os hospitais públicos, para a educação pública, para os transportes públicos.

Penso que o presidente Mujica, do Uruguai, é um bom exemplo de sábio contemporâneo.