“Caminho: para cima, para baixo, um e o mesmo” – Heráclito, Fragmento 60.
“Mas o que é ler, senão reunir: reunir-se à reunião do não-dito no dito?” – Martin Heidegger.
“Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas”. – Guimarães Rosa
“A interpretação faz parte da nossa existência cotidiana. Nem sempre nos damos conta de que nossas escolhas e decisões se fazem a partir de interpretações. Elas se processam ao longo do dia, dos anos e da vida, de uma maneira natural. Mas o que é interpretação? Esta é a nossa questão. Questionar radica no que há de mais profundo em nós. Nele sabemos e não sabemos, queremos e não queremos. O caminho da interpretação é a interpretação do caminho como o não-querer e o não-saber de toda questão. Se já soubéssemos o que desejamos na interpretação, não questionaríamos. Existir é interpretar a questão. Mas o que é a interpretação para que nela se dê a questão? A interpretação, o questionar e o que somos estão assim profundamente interligados. Por isso, quando tomamos como tema a interpretação, é em nossa própria existência que estamos pensando. Interpretar nessa dimensão é interpretar-se. A questão é: o que é o interpretar para que nele possa acontecer um interpretar-se? Interpretar-se é eclodir no que cada um é”.
- Manuel Antônio de Castro, Poética e poiésis, Faculdade de Letras, UFRJ, 2000.
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
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