Antonio Carlos Rocha*
“Simbolicamente o pós-modernismo nasceu às 8 horas e 15 minutos do dia 6 de agosto de 1945, quando a bomba atômica fez boooom sobre Hiroxima. Ali a modernidade – equivalente à civilização industrial – encerrou seu capítulo no livro da História, ao superar seu poder criador pela força destruidora. Desde então, o Apocalipse ficou mais próximo.
“Historicamente o pós-modernismo foi gerado por volta de 1955, para vir à luz lá pelos anos 60. Nesse período, realizações decisivas irromperam na arte, na ciência e na sociedade. Perplexos, sociólogos americanos batizaram a época de pós-moderna, usando termo empregado pelo historiador Toynbee em 1947.”
O trecho acima está na página 20 do ótimo volume de bolso O Que é Pós-Moderno, de autoria do escritor e jornalista Jair Ferreira dos Santos, ed. Brasiliense, publicado em 1986 e conta, até hoje, com várias edições. É o nº 165 da consagrada coleção Primeiros Passos. O historiador britânico Arnold Toynbee, no final da vida, converteu-se ao Budismo Nichiren, através da linhagem Saka Gakkai.
Considerando que as duas bombas atômicas, lançadas pelos EUA, acabaram com tudo nas cidades japonesas de Hiroxima e Nagasaki, causando um verdadeiro holocausto, o pós-modernismo também vem questionando uma série de coisas e, como cita o autor, na página 108:
“Quanto a condição pós-moderna, aí o buraco é mais embaixo. Condição quer dizer: como é que as pessoas sentem e representam para si mesmas o mundo onde vivem. Ora, a condição pós-moderna é precisamente a dificuldade de sentir e representar o mundo onde se vive. A sensação é de irrealidade, com vazio e confusão. Só se fala em desencanto, desordem, descrença, deserto. É como se a lógica e a imaginação humana falhassem ao representar a realidade, e alguma coisa estivesse se esvaziando, zerando. Olhemos o quadro abaixo. Sacamos que o pós continha vários des (princípio esvaziador). Outros des poderiam ser apontados. Com que soma algébrica, com que resultado?
“Des – referencialização do Real, des – materialização da Economia, des – estetização da Arte, des – construção da Filosofia, des – politização da Sociedade, des – substancialização do Sujeito = a soma é ZERO”.
O pós-modernismo traz o seguinte epitáfio: aqui jaz o mundo.
(*) Antonio Carlos Rocha é escritor.
sábado, 24 de janeiro de 2009
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