quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Artes PLásticas



Pintando Templos

“Os textos referentes à pintura religiosa pretendem que o próprio Buda sugerira o seguinte programa para a decoração do Mosteiro Jetavana, fundado por Anathapindika: “Quais os locais que devemos cobrir com pinturas e o que devemos representar?”, perguntavam os sacerdotes a Buda.

“Na parte da entrada, um yaksha (espírito encarregado de defender a fé e que representa o gênio da fecundidade e da abundância), com um espada na mão. No vestíbulo, o Grande Milagre (visão de grande números de Budas) e o ciclo da Roda (a doutrina), com as suas cinco partes. Na sala das colunas, a coroa dos renascimentos (jatakas). Na entrada da câmra dos perfumes, yakshas segurando uma grinalda. Na sala das cerimônias, staviras e monges explicando a lei. No refeitório, yakshas transportando alimentos. À entrada do armazém, yakshas trazendo nas mãos jarros de metal. Na sala de água, nagas enfeitados (espíritos de cobras, espíritos de serpentes) transportando vasos de metal nas mãos. Nos balneários e estufas, cenas de devaduta-sutra (os mensageiros dos Deuses, espíritos de Luz) e a série de infernos. Na enfermaria, o Tathágata (Buda) trazendo a consolação. Nas latrinas, cemitérios pavorosos. Nas celas, um esqueleto e ossadas com uma caveira”.

O trecho está nas páginas 113 e 114, do livro “Índia”, editorial Verbo, Lisboa, 1969. Autores: Ernest Diez e Klaus Fischer, com inúmeras fotos, desenhos e ilustrações.

Os autores afirmam, há quem discorde dessas orientações de Buda, mas a verdade é, com estas instruções, Buda abriu um campo inesgotável para as artes plásticas, inspirando em todo o mundo os devotos.

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