Pintando Templos
“Os textos referentes à
pintura religiosa pretendem que o próprio Buda sugerira o seguinte programa
para a decoração do Mosteiro Jetavana, fundado por Anathapindika: “Quais os
locais que devemos cobrir com pinturas e o que devemos representar?”,
perguntavam os sacerdotes a Buda.
“Na parte da entrada,
um yaksha (espírito encarregado de defender a fé e que representa o gênio da
fecundidade e da abundância), com um espada na mão. No vestíbulo, o Grande
Milagre (visão de grande números de Budas) e o ciclo da Roda (a doutrina), com
as suas cinco partes. Na sala das colunas, a coroa dos renascimentos (jatakas).
Na entrada da câmra dos perfumes, yakshas segurando uma grinalda. Na sala das
cerimônias, staviras e monges explicando a lei. No refeitório, yakshas
transportando alimentos. À entrada do armazém, yakshas trazendo nas mãos jarros
de metal. Na sala de água, nagas enfeitados (espíritos de cobras, espíritos de
serpentes) transportando vasos de metal nas mãos. Nos balneários e estufas,
cenas de devaduta-sutra (os mensageiros dos Deuses, espíritos de Luz) e a série
de infernos. Na enfermaria, o Tathágata (Buda) trazendo a consolação. Nas
latrinas, cemitérios pavorosos. Nas celas, um esqueleto e ossadas com uma
caveira”.
O trecho está nas páginas
113 e 114, do livro “Índia”, editorial Verbo, Lisboa, 1969. Autores: Ernest
Diez e Klaus Fischer, com inúmeras fotos, desenhos e ilustrações.
Os autores afirmam, há
quem discorde dessas orientações de Buda, mas a verdade é, com estas instruções,
Buda abriu um campo inesgotável para as artes plásticas, inspirando em todo o
mundo os devotos.
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