A Bíblia e o João de
Barro
Recebi um pps
interessante, um conjunto de fotos feitas por um cinegrafista amador. Ele teve
a sorte de ver em seu quintal o casal de pássaros esculpindo (isso mesmo,
esculpir de escultura, arte) o futuro ninho, logo no início da obra.
Ligou a câmera 24
horas por dia para documentar tudo. Demorou dois meses e pouco, finais de
setembro até 30 de novembro e em dezembro nasceram os rebentos.
Mas, o que chamou a
atenção do fotógrafo é que a dupla trabalhava entre 8 e 10 horas por dia. E,
aos domingos, não trabalhavam, isso tudo documentado, porque a câmera
registrava tudo. Ele pergunta quem sabe o motivo.
Eis a minha reflexão:
Lembrei da Bíblia,
Gênesis 2.3: “E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele
descansou de toda obra que, como Criador fizera”. Aliás, diga-se de passagem,
toda esta parte inicial é de uma beleza poética formidável. A Bíblia é um
conjunto de textos da Literatura Oral da Humanidade recolhido ao longo de quase
mil anos. E assim, quem escreveu este versículo, percebeu que a Natureza
descansa, repousa, relaxa.
Entendo Deus como a
Natureza, como o Ecossistema, como Criação, sempre se recriando em todo o
Cosmos infinito, indo de um planeta para o outro. Deus é Vida, sim e a vida não é primazia
desse pequeno planeta. A Vida é ampla, diversas dimensões, visíveis e
invisíveis. Contudo, respeito as opiniões e interpretações em contrário.
Foi o ser humano, em
sua ganância ou neurose, que inventou o
excesso de trabalho, o estresse pelo trabalho. Se até a Natureza
descansa, por que nós, que fazemos parte desta mesma natureza temos dificuldade
em descansar, relaxar?
Aos poucos, sem muita
pressa, penso; mais seres humanos retornarão ao bom convívio com a Natureza e
assim re-aprenderão a descansar, repousar.
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