sábado, 19 de setembro de 2015

Ocidente - Oriente



José Louzeiro, atualíssimo

Antonio Carlos Rocha

Gosto muito do escritor e jornalista José Louzeiro. No tempo da Graduação trabalhamos juntos em alguns projetos.

Eu era do CA – Centro Acadêmico, belo dia resolvemos fazer um concurso de Prosas & Poesias na Faculdade de Letras da UFRJ. Ele foi um dos convidados para a Comissão Julgadora. E o resultado foi um volume publicado pela Editora José Olympio: “Universitários: Verso & Prosa”, saíram três poesias minhas e a jornalista Vivian Wiler, do antigo caderno Livros, do Jornal do Brasil, registrou a resenha.

Outro projeto que trabalhamos juntos foi o SERJ – Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro. Fizemos uma chapa: Louzeiro presidente, Antonio Houaiss vice-presidente e eu – pasmem – suplente do Houaiss. Foi com o mestre Antonio Houaiss, que era do PSB, que me aproximei do partido. E depois por saber que outro grande escritor, meu conterrâneo,  Ariano Suassuna, também era do PSB me senti em casa, já que sou um aprendiz de escritor.

Louzeiro e eu fazemos aniversário no mesmo dia, 19/09, hoje, e isso nos aproximou mais. Escrevemos juntos também em um semanário da época “O País” que depois passou a se chamar “Nas Bancas”.

No primeiro governo Brizola o SERJ conseguiu um pequeno terreno do Estado, ali perto da Praça Saens Pena, na Tijuca, e com o apoio do arquiteto Oscar Niemeyer, o Grande Governador Leonel construiu com placas de cimento armado (não sei se é esse o nome) a sede.

Louzeiro sabia da minha Fé Budista. Belo dia me convidou para ir na sua casa, ali em Laranjeiras, saborear o Guaraná Jesus, que eu não conhecia. Só existe em São Luís do Maranhão, uma pena, por mim, poderiam vender em todo o Brasil.

Era a época do romance-reportagem que José Louzeiro criou, a partir de seus trabalhos na área de Repórter Policial, nas redações dos jornais e seus livros que viraram filme e depois telenovelas na então Rede Manchete.

Conversa vai, conversa vem, Louzeiro me contou que era filho de um pastor da Igreja Presbiteriana, na capital maranhense.

Tempos depois, por motivos familiares ele estava se aproximando de uma Filosofia Indiana, “Brahma Kumaris” = Filhos de Brahma (Deus Criador do multimilenar Brahmanismo, bem antes do Budismo) fui com ele visitar o belo templo que ficava em uma ampla casa no Alto da Usina, depois da Tijuca.

Belos tempos mais tarde, nos encontramos e ele disse que se lembrara muito de mim. Fez uma peregrinação à Índia, visitou o bosque sagrado, na cidade de Bodhigaya onde o Buda atingiu o que nós chamamos de iluminação. E, claro, o retiro no Templo Sede da Brahma Kumaris.

Mas a nota divertida, nessa peregrinação é que certa manhã, ele estava em uma aldeia indiana, por uma estradinha de terra, quando em uma rua sem saída depara-se com uma manada de búfalos:

- Pronto, disse ele. O maranhense aqui, saiu de São Luís e vem morrer atropelado por uma manada de búfalos !

Claro que o Deus Brahma o protegeu e os animais passaram em silêncio, nada acontecendo ao nosso amigo.

Gratidão Brahma !









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