José Louzeiro,
atualíssimo
Antonio Carlos Rocha
Gosto muito do
escritor e jornalista José Louzeiro. No tempo da Graduação trabalhamos juntos
em alguns projetos.
Eu era do CA – Centro
Acadêmico, belo dia resolvemos fazer um concurso de Prosas & Poesias na
Faculdade de Letras da UFRJ. Ele foi um dos convidados para a Comissão
Julgadora. E o resultado foi um volume publicado pela Editora José Olympio:
“Universitários: Verso & Prosa”, saíram três poesias minhas e a jornalista
Vivian Wiler, do antigo caderno Livros, do Jornal do Brasil, registrou a
resenha.
Outro projeto que
trabalhamos juntos foi o SERJ – Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro.
Fizemos uma chapa: Louzeiro presidente, Antonio Houaiss vice-presidente e eu –
pasmem – suplente do Houaiss. Foi com o mestre Antonio Houaiss, que era do PSB,
que me aproximei do partido. E depois por saber que outro grande escritor, meu
conterrâneo, Ariano Suassuna, também era
do PSB me senti em casa, já que sou um aprendiz de escritor.
Louzeiro e eu fazemos
aniversário no mesmo dia, 19/09, hoje, e isso nos aproximou mais. Escrevemos
juntos também em um semanário da época “O País” que depois passou a se chamar
“Nas Bancas”.
No primeiro governo
Brizola o SERJ conseguiu um pequeno terreno do Estado, ali perto da Praça Saens
Pena, na Tijuca, e com o apoio do arquiteto Oscar Niemeyer, o Grande Governador
Leonel construiu com placas de cimento armado (não sei se é esse o nome) a
sede.
Louzeiro sabia da
minha Fé Budista. Belo dia me convidou para ir na sua casa, ali em Laranjeiras,
saborear o Guaraná Jesus, que eu não conhecia. Só existe em São Luís do Maranhão, uma
pena, por mim, poderiam vender em todo o Brasil.
Era a época do
romance-reportagem que José Louzeiro criou, a partir de seus trabalhos na área
de Repórter Policial, nas redações dos jornais e seus livros que viraram filme
e depois telenovelas na então Rede Manchete.
Conversa vai, conversa
vem, Louzeiro me contou que era filho de um pastor da Igreja Presbiteriana, na
capital maranhense.
Tempos depois, por motivos
familiares ele estava se aproximando de uma Filosofia Indiana, “Brahma Kumaris”
= Filhos de Brahma (Deus Criador do multimilenar Brahmanismo, bem antes do
Budismo) fui com ele visitar o belo templo que ficava em uma ampla casa no Alto
da Usina, depois da Tijuca.
Belos tempos mais
tarde, nos encontramos e ele disse que se lembrara muito de mim. Fez uma
peregrinação à Índia, visitou o bosque sagrado, na cidade de Bodhigaya onde o
Buda atingiu o que nós chamamos de iluminação. E, claro, o retiro no Templo
Sede da Brahma Kumaris.
Mas a nota divertida,
nessa peregrinação é que certa manhã, ele estava em uma aldeia indiana, por uma
estradinha de terra, quando em uma rua sem saída depara-se com uma manada de
búfalos:
- Pronto, disse ele. O
maranhense aqui, saiu de São Luís e vem morrer atropelado por uma manada de
búfalos !
Claro que o Deus
Brahma o protegeu e os animais passaram em silêncio, nada acontecendo ao nosso
amigo.
Gratidão Brahma !
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