terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Leitura e Memória



Verde Esperança

Antonio Carlos Rocha*

João Rodrigo Ostrower é jornalista e publicitário, quando ele era criança em Nova Iguaçu, RJ, bem ali perto, uma vez por mês, eu ia visitar a minha tia (mesmo), madrinha (idem) e Mãe de Santo (fato), pessoa magnífica, já falecida.

A memória desperta, minha irmã, outro dia, me chamou de saudosista e continuo lendo o ótimo livro “Instantaneamente”, do João, lançado recentemente pela editora 7 Letras, com ilustrações belas da Regina de La Rocque Mendes. É uma coletânea de mini-crônicas, mini-textos, frases, reflexões, postagens na web.

Rodrigo escreve bem, tem talento, veia humorística, irreverente. Me fez lembrar daquele maravilhoso estilo literário-jornalístico que o antigo semanário Pasquim inaugurou. Prossiga João Rodrigo !  É uma forma diletante de aprender, empreender, apreender a realidade do “Instante” e, neste sentido nos remete aos Haikays em forma de prosa.

Curiosamente a capa da frente do livro tem a cor predominante verde. E daí? Mais uma vez a memória funcionou e eu me lembrei do Esperança Futebol Clube, time verde e branco da minha querida Nova Iguaçu. Nasci em Recife, aportei no Rio de Janeiro aos quatro anos e, mensalmente ia saborear o almoço na casa da Tia Eliza.

Torço por qualquer time verde de branco em qualquer cidade, estado ou nação, desde que seja exclusivamente ... verde e branco, não importa a divisão. Claro, escolas de samba e blocos ... sempre verde e branco, reverenciando a clássica poesia de Gonçalves Dias que muito me marcou na infância, até copidesquei: “Minha terra tem Palmeiras/onde torço pelo Gol/Torço também por qualquer/Futebol show ...

Após a sobremesa conversávamos com os Guias ... naquela forma caseira de Umbanda ... minha personal training na área. Aos 16 virei budista e trocava figurinhas com os Santos, Espíritos, Forças e Energias. Eu aprendia sobre a Fé genuinamente brasileira e os amigos espirituais invisíveis me perguntavam coisas do Budismo, Buda e semelhantes...

De Nova Iguaçu, o João Rodrigo foi parar em Londres. Curiosamente, um dia apareci lá, torcendo pelo verde e branco Celtic. Confesso, esse meu estilo memorialístico tem a ver com o Pedro Nava, grande escritor brasileiro, grande memorialista de nossas Letras.

Valeu a leitura João Rodrigo !



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