segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Crítica Marxista e Neomarxista

Antonio Carlos Rocha

Logo que surgiram, em 2008, os primeiros sintomas de quebra do capitalismo mundial, alguns especialistas da área econômica e afins começaram a falar sobre a atualidade do pensamento de Marx, recomendando-se uma releitura com a devida adaptação contemporânea.

Mas, bem antes disso, em 2007, o professor Rogel Samuel, em seu ótimo livro Novo Manual de Teoria Literária, publicado pela, Vozes, que já está na quarta edição revista e ampliada, nos ensinava sobre a importância do pensador Karl, no que se refere à Literatura, às artes em geral e às culturas.

Vejamos alguns trechos do seu importante livro, páginas 89 a 94:

“Nos anos 1970 alguns intelectuais romperam ao mesmo tempo com o capitalismo e com o comunismo do regime de Stalin. Desenvolveram-se novas tradições esquerdistas e marxistas até então reprimidas, principalmente na Inglaterra, como correntes alternativas do marxismo revolucionário ligado à política de massas luxemburguista, trotskista, maoísta. Simultaneamente, os vários legados do marxismo ocidental, nascidos de Lukács, Korsch e Gramsci, tornaram-se importantes, sob a influência do marxismo de Sartre, Lefèbvre, Adorno, Marcuse, Della Volpe, Colletti, Althusser e outros.

“A nova esquerda hoje é representada por Hobsbawn, que fez a interpretação do século XIX; Jamenson, que escreveu sobre a Pós-modernidade; Robert Brenner, que ofereceu uma interpretação econômica do desenvolvimento capitalista desde a Segunda Guerra Mundial; e também Giovanni Arrighi, sobre estrutura temporal mais extensa. Tom Nairn e Benedict Anderson são importantes autores sobre o nacionalismo moderno. Regis Debray desenvolveu uma teoria da mídia contemporânea. Terry Eaglenton desenvolveu seus estudos no campo literário. T. J. Clark nas artes visuais e David Harvey na reconstrução da geografia. Nos campos da filosofia, sociologia e economia estariam incluídos os trabalhos de Habermas, Bordieu, Fredric Jamenson, Edward Said e Perry Anderson.

“Ser radical, já se sabe desde Marx, é “tomar as coisas pela raiz”. Ser radical é pensar a sociedade a partir de suas bases. A nova radicalidade é ultrapassar a direita, utilizando seus instrumentos macroeconômicos em favor, por exemplo, dos que nada tem.

“Para onde vai a nova esquerda radical? Nós temos de pensar a nova esquerda enquanto versão da nossa nova época...”

Observe o leitor que, mediante os nomes citados, isso já nos leva à uma profunda pesquisa. Uma sugestão aos colegas de todo o Brasil. Só este item da obra do professor Rogel, já nos permite uma reflexão e um atualíssimo curso. Cada aluno, ou grupo de alunos enveredando por um ou mais nomes, temos aí um semestre letivo de trabalhos e seminários.

Um comentário:

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

OBRIGADO POR SUA RECOMENDAÇÃO, CARISSIMO. É INTERESSANTE HOJE LER, DEPOIS DO ACONTECIMENTO DA CRISE ECONOMICA, ALGUMAS DAS TESES MARXISTAS E PÓS-MARXISTAS, PARA SUPERAR O PASMO E COMPREENDER ATÉ QUE PONTO ISSO TUDO PODE NOS LEVAR.
MUITOS DAQUELES QUE FALAVAM DO FIM DA HISTÓRIA DEVEM ESTAR PERDIDOS.
OBRIGADO,
ROGEL SAMUEL