sábado, 13 de julho de 2013

Buda e o Serviço Secreto



Buda e o Serviço de Inteligência

A polêmica sobre a espionagem praticada pelos Estados Unidos em relação ao Brasil me fez lembrar de um clássico da Literatura Budista:

Certa feita, o rei Pasenadi, de um reino chamado Kosala, foi visitar o Buda na floresta e conversavam animadamente sob uma árvore.

Nisto, um grupo de religiosos de outra linhagem passa perto. O rei interrompe o diálogo com o Buda, vai até os ascetas, andarilhos, peregrinos e faz as reverências cabíveis nestas ocasiões. Depois voltou para sentar-se e continuar a conversa com o Buda. Mas o rei observou que o Mestre Sidarta não fez os cumprimentos tradicionais, respeitosos e ecumênicos para o grupo que já se afastava. Então perguntou:

- Eles são homens santos e o sr. não saiu do lugar, não moveu uma palha? ! São pessoas ímpares, conduta notável e o sr. não os cumprimentou como recomenda a boa educação ! ?

Sorrindo, Sakyamuni ponderou:

“É na adversidade, após um longo tempo, que as pessoas se revelam, quem realmente são. E não em um encontro inicial, superficial”.

Agora foi a vez do rei sorrir e dizer:

- Maravilhoso Senhor ! Eles são meus soldados, do serviço de inteligência, andam disfarçados de religiosos e me informam sobre tudo o que o povo pensa, fala e faz.

Então o mestre Gautama completou, novamente sorrindo:

- Um homem não é facilmente conhecido pela aparência exterior. Leva-se muito tempo para confiarmos ou não nele. Homens descontrolados andam pelo mundo disfarçados de controlados, equilibrados.

Fonte: páginas 222 e 223, “Ensinamentos do Buda – Uma antologia do Cânone Páli”, Nissim Cohen, 2008.



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