Buda e o Serviço
de Inteligência
A polêmica sobre a
espionagem praticada pelos Estados Unidos em relação ao Brasil me fez lembrar
de um clássico da Literatura Budista:
Certa feita, o rei
Pasenadi, de um reino chamado Kosala, foi visitar o Buda na floresta e
conversavam animadamente sob uma árvore.
Nisto, um grupo de
religiosos de outra linhagem passa perto. O rei interrompe o diálogo com o
Buda, vai até os ascetas, andarilhos, peregrinos e faz as reverências cabíveis
nestas ocasiões. Depois voltou para sentar-se e continuar a conversa com o
Buda. Mas o rei observou que o Mestre Sidarta não fez os cumprimentos
tradicionais, respeitosos e ecumênicos para o grupo que já se afastava. Então
perguntou:
- Eles são homens
santos e o sr. não saiu do lugar, não moveu uma palha? ! São pessoas ímpares,
conduta notável e o sr. não os cumprimentou como recomenda a boa educação ! ?
Sorrindo, Sakyamuni
ponderou:
“É na adversidade,
após um longo tempo, que as pessoas se revelam, quem realmente são. E não em um
encontro inicial, superficial”.
Agora foi a vez do rei
sorrir e dizer:
- Maravilhoso Senhor !
Eles são meus soldados, do serviço de inteligência, andam disfarçados de
religiosos e me informam sobre tudo o que o povo pensa, fala e faz.
Então o mestre Gautama
completou, novamente sorrindo:
- Um homem não é
facilmente conhecido pela aparência exterior. Leva-se muito tempo para
confiarmos ou não nele. Homens descontrolados andam pelo mundo disfarçados de
controlados, equilibrados.
Fonte: páginas 222 e
223, “Ensinamentos do Buda – Uma antologia do Cânone Páli”, Nissim Cohen, 2008.
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