segunda-feira, 29 de junho de 2009

Primórdios da Literatura Coreana

O primeiro reino que unificou o país data de 37 antes de Cristo até 668 de nossa era. Antes só há registros de tribos isoladas e as invasões externas de reinos chineses e japoneses.

Estudiosos afirmam que havia uma tendência do povo coreano para uma vida silenciosa e meditativa, manifestando sobriedade, amor sincero e profundo pela natureza. Certamente em função das condições geográficas do país.

A península da Coréia é banhada pelo Mar Amarelo e pelo Mar do Japão. São muitas cadeias de montanhas formando vales férteis.

Na antiguidade as duas correntes principais da Literatura Coreana eram a “sino-coreana” escrita em chinês e a nacional coreana, escrita na língua local.

O coreano é uma língua falada, e ao escrever e ler, usavam o chinês clássico.

Os testemunhos mais remotos da Poesia Coreana são cantos religiosos das tribos que mencionamos acima, de conotação xamânica.

A partir do ano 668, surgem as poesias patrióticas.

O Budismo chega ao país, mais ou menos nessa época, acima referida, através de monges missionários chineses.

Considera-se o poeta e erudito monge budista coreano Kyun-´Vyo (917-973) como um dos pais da literatura de seu país.

Seu estilo lembra um pouco as poesias patrióticas, mas enfatizando o amor que supera as barreiras sociais, mescladas com as virtudes monásticas e as preces ao Buddha Amitabha, o Buddha da Luz Infinita, linhagem Terra Pura, predominante na Coréia.

Vyo destacava também o elogio da amizade, a arte de governar, os fenômenos celestes, cataclismos naturais nefastos que através de versos mágicos podiam ser exorcizados e, naturalmente, reverências aos antepassados.

Fonte: História das Literaturas Universais, editorial Estampa, Lisboa, 1974. Série original em alemão Die Literaturen Der Welt.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Gonzaga Duque

A professora doutora Vera Lins, da Faculdade de Letras, da UFRJ, realizou uma excelente pesquisa e resgatou para todos nós, leitores ávidos pela história da Literatura Brasileira, um nome que andava esquecido:

Luiz Gonzaga Duque-Estrada nasceu em 21 de junho de 1863, à rua do Sabão, na Cidade Nova, Rio de Janeiro, depois rua Visconde de Itaúna, que hoje não existe mais, incorporada ao novo traçado da Av. Presidente Vargas. De ascendência nórdica, por parte do pai, foi registrado pelo pai adotivo, José Joaquim da Rosa, com o sobrenome da mãe, Luiza Duque-Estrada.

A dor e a melancolia fizeram parte de sua vida, em que pesaram a perda de filhos, uma catarata nos dois olhos (que inutilizou-lhe a visão de um dos lados) e as dificuldades financeiras.

Sentindo-se mal, ao voltar para casa da redação da revista Fon-Fon, morreu do coração em 8 de março de 1911, às 3 horas da tarde.

Seus sonhos para o filho revelam seus ideais e projetos. Gonzaga Duque foi um intelectual que tentava manter vivos os valores de uma cultura que a técnica e o jornalismo massificantes arrasavam. Esse franco-atirador, amigo do debate, com um conhecimento largo e profundo da cultura brasileira e européia, hoje seria considerado um “cardeal”, herdeiro modernos dos monges, intercessor sagrado entre os homens e o saber, uma estirpe cada vez mais rara.

Em sua agenda, Gonzaga Duque anota em 1908:

“O desvio dos verdadeiros princípios socialistas já se anuncia. Indivíduos que não tem uma moral sólida se fazem apóstolos de novos ideais. Isto prova que na humanidade tudo é relativo, o ideal do supremo bem pela Justiça é uma mentira. Os próprios positivistas são intratáveis, secos e pedantes”.

- trechos do livro Gonzaga Duque – A Estratégia Do Franco Atirador, de Vera Lins, editora Tempo Brasileiro, páginas 26 a 28.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Primórdios da Literatura no Irã

Uma das civilizações mais antigas da humanidade.

No segundo milênio antes de Cristo, na parte setentrional do Irã já se conhecia uma forma rudimentar de escrita cuneiforme.

E na parte Oriental já havia literatura oral: profana e religiosa.

O Império Persa dos Aquemênidas (600-300 antes de Cristo) estendeu-se desde a antiga Mesopotâmia até a Índia, do Mar Cáspio ao Golfo Pérsico. Abrangia grande parte do continente asiático.

A literatura profana constitui-se de registros dos reis aquemênidas e seus feitos.

É nessa época que surge o Profeta e Reformador Religioso Zaratustra. Suas pregações depois são compiladas no famoso livro Zend-Avesta, o estilo lembra um pouco os Rig-Vedas, os mais antigos Vedas da Índia.

A dinastia dos aquemênidas termina com a chegada de Alexandre, o Grande, trazendo a cultura grega. Mas, curiosamente, ao sair da Índia, Alexandre deixa nessa vasta região o “governador” Menandro que gostava de filosofia.

Culturalmente falando o Budismo já era uma forte presença nessa região, século dois antes de Cristo, e surge então um famoso livro: As perguntas do Rei Milinda, que retrata o diálogo entre este “governador” Menandro e o monge budista Nagasena. Milinda é a pronúncia do nome grego Menandro.

Ou seja, a literatura iraniana contemporânea tem como base o Zend-Avesta de Zaratustra e As Perguntas do Rei Milinda, um clássico do budismo.

- fonte: História das Literaturas Universais, Editorial Estampa, 1974. Textos a partir do original alemão Die Literaturen Der Welt.

domingo, 14 de junho de 2009

Poeta Mexicano ganha Prêmio na Espanha

O autor da poesia, abaixo transcrita, é José Emilio Pacheco, nascido na cidade do México, em 30 de junho de 1939. No final deste mês estará completando 70 anos, desde já os nossos efusivos parabéns. Pelo aniversário vindouro e pelo Prêmio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, que recebeu no último dia 07/05/2009, pelo conjunto de sua importante obra, em cerimônia no Palácio Real, Madrid, promovido pela Universidade de Salamanca.

Las Palabras de Buda

Todo el mundo está en llamas: lo visible
Arde y el ojo en llamas interroga.
Arde el fuego del ódio.
Arde la usura.
Arden el nascimiento y la caída
Arde el dolor.
Ell llanto, el sufrimiento
Arden también.
La pesadumbre es llama.
Y una hoguera es la angustia
En la que arden
Todas las cosas:
Llama,
Arden las llamas,
Arden las llamas,
Mundo y fuego, mira
La hoja al viento, tan triste, de la hoguera.




- Pacheco inspirou-se no conhecido Sutra do Fogo, de Sidarta Gautama, o Buda, e poeticamente nos fala desse conturbado planeta.

- A poesia acima foi publicada na revista de literatura Camp de l´arpa, nº 74, abril de 1980, Barcelona.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Erasmo de Roterdan

“Quando tenho algum dinheiro, compro livros. Se ainda me sobrar algum, compro roupas e comida”.

- a frase acima é de Desiderius Erasmus von Rotterdam (1466-1536) que ficou conhecido como Erasmo de Roterdan, autor do clássico Elogio da Loucura, publicado em 1509.

- um dos primeiros e maiores humanistas do Renascimento. Estudou Teologia, filósofo, pensador. Era um brincalhão e, com o seu humor irreverente, costumava escrever sátiras ridicularizando algumas complexidades da prática religiosa e Teologia Escolástica.

- Lutero inspirou-se nele para iniciar a Reforma.

Vejamos outras belas frases:

“Deve-se respeitar o casamento enquanto é um purgatório, e dissolvê-lo quando se tornar um inferno”.

“Cada momento da vida seria triste, fastidioso, insípido, aborrecido, se não houvesse prazer, se não fosse animado pelo tempero da loucura”.

“A pior das loucuras é, sem dúvida, tentar ser sensato em um mundo de loucos”.

“Em grande parte, os maridos, são como as mulheres os fazem”.

“É muito mais honesto estar nu do que usar roupas transparentes”.

“Os grandes escritores nunca foram feitos para suportar as leis dos gramáticos, mas sim para impor a sua”.

“Não há nada de tão absurdo que o hábito não torne aceitável”.

“Rir de tudo é coisa de tontos, não rir de nada é coisa de estúpido”,