quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Literatura e Realidade



Nós, os mentirosos

As grandes religiões recomendam não mentir.

Com o Budismo não é diferente, em “O Darmapada – a Doutrina Budista em Versos”, L&PM Editores, 2009, página 105, palavras atribuídas ao Buda, Ele diz:

“Aquele que mente cairá no inferno.
E o que tendo feito, afirma “Isso não fiz”.
Esses dois seres, homens de ações malévolas,
Uma vez mortos, no além se igualarão”.

A boa notícia com relação à estrofe acima (primeira do capítulo XXII) é que no Budismo, o inferno é temporário. Após cumprir a pena, como se fosse em uma prisão o Espírito volta, renasce, alguns chamam de reencarnação.

Contudo, parece que todo ser humano, pelo menos uma vez na vida mente, já mentiu ou mentirá.

Então, só um belo dia, quando ele ou ela decidirem que não vão mais mentir é que começa a libertação da roda dos renascimentos, a roda do Samsara, a roda deste mundo.

E por que toda esta recomendação para não mentir ? É que a energia da mentira é muito negativa e atrai outras mentiras, outras negatividades.

Mahatma Gandhi que sabia disto falava em Satyagraha – a Força da Verdade. A Energia (ou força) da Verdade é muito melhor.

Pode-se, filosoficamente, questionar o que é verdade, o que é a verdade e surgirem diversas interpretações. Podemos então escrever assim: a Força da Realidade, a Força do Real.

Mentiras... e os seus sinônimos não são Energias boas, produtivas, construtivas.

A sabedoria popular têm diversos ditados sobre o parágrafo acima, tipo: “mentira tem pernas curtas” ou “doa a quem doer, mas a verdade tem que ser dita”.

Uma forma de começar a libertar-se do Samsara é pedir desculpas, perdão, assumir o erro, assumir o equívoco, assumir a inverdade, assumir a omissão e não repetir mais a Energia malsã.

Recomenda-se, conforme cada um acredita: um banho de descarrego, passes, preces, orações, meditações, ler livros sagrados e similares.






domingo, 25 de novembro de 2012

Palavra = Ser Vivo



Poética do Bondinho

Cristina da Costa Pereira, lançou recentemente, no Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, em Santa Teresa, RJ, o seu 12º livro: “Poemas com Destino Certo”, reunindo prosa e poesia referentes ao aprazível bairro carioca e o seu tradicional bondinho, temporariamente, segundo as autoridades, fora de circulação.

Formada em letras pela UFRJ, Cristina em seu fazer escritural aproxima literatura, espiritismo e algumas pitadas de reivindicação social, no caso, o transporte que os moradores e visitantes sentem falta.

Na página 14 ela faz uma poesia dedicada “À Palavra” e me fez lembrar da bonita linhagem Mahikari, que une budismo japonês, xintoísmo e cristianismo. Arte Mahikari, como é conhecida, nos fala de um termo Kotodhama ou Kototama, sugerindo que as palavras têm vida própria, os vocábulos são, seres vivos, “pessoas”, pois o ato de falar carrega muitas energias, positivas e negativas, por isso é sempre bom só utilizarmos as palavras construtivas, palavras corretas, como ensinaria o Buda.

Eis os versos de Cristina:

A palavra é sagrada
melhor o silêncio
se não se pode acariciar o papel
com a palavra exata.

Entremeada com o mistério
ela insiste, tecendo a existência.

Há dentro de mim uma melodia
que clama: escrever para iluminar,
estado de poesia
estado de vida.




sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Fábulas Búdicas



Fábulas: Literatura Budista ?

Outro dia, publicamos aqui neste blog, artigo sobre Os Contos de Fadas e o Budismo, agora queremos falar das Fábulas e a Literatura Budista.

Estou lendo o ótimo Fábulas de La Fontaine, edição portuguesa de 1996, capa dura, versificada por escritores portugueses do século XIX, Moderna Editorial Lavores.

Jean de La Fontaine (1621-1695) fez a recolha de amplo material e o resultado e este volume com 384 páginas, ilsutrações de Gustave Doré. São 240 fábulas.

Na introdução ficamos sabendo que as origens destas fábulas encontram-se no Pantchatantra da antiga filosofia indiana e nos Avadanas, textos sagrados do Budismo Indiano, cuja base á a língua sânscrita e não o páli.

Vejamos agora um bom exemplo, a famosa “Fábula da Cigarra e da Formiga”, escrita em versos pelo grande poeta Bocage (1765-1805).

Tendo a cigarra em cantigas
Folgado todo o Verão,
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.

Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.

Rogou-lhe que lhe emprestasse
Pois tinha riqueza e brio,
Algum grão com que manter-se
Té voltar o aceso Estio.

“Amiga – diz a cigarra –
Prometo, a fé de animal,
Pagar-vos antes de Agosto
Os juros e o Principal.

A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta.
“No Verão, em que lidavas?”
À pedinte ela pergunta.

Responde a outra: “Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora:
Oh, bravo ! – torna a formiga; -
Cantavas ? Pois dança agora !”







segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Multidiversidade partidária



Mais Partidos Políticos

O ex-ministro Fernando Lyra em recente entrevista na revista Carta Capital e republicada no blog do jornalista Paulo Henrique Amorim, perguntado sobre a quantidade de partidos políticos no Brasil disse que é contra proibir a formação de novas agremiações políticas.

Valeu grande brasileiro Fernando Lyra, a quem muito admiro, desde os tempos do MDB autêntico nos anos 1970 !

Eu também, na parte cidadã que me toca, sou contra e vou além, afirmo: quanto mais partidos melhor. E como tudo na vida, a seleção natural, a Lei da Impermanência, se encarrega de fazer a triagem... uns ficam, outros passam...

Imaginem se proibissem agora a formação de novos blocos carnavalescos ou escolas de samba no país ? Que absurdo ! Imaginem se proibissem a criação de novos clubes, times de qualquer modalidade esportiva ? Que pena !

Falando nisso, li há poucos dias que está em fase inicial o PDIB – Partido Democrático Indígena Brasileiro, ótimo ! Vão representar “nossos irmãos índios”, como falava o grande estadista Leonel Brizola, que permitiu em seu antigo PDT o primeiro índio deputado federal Cacique Mário Juruna.

Bola pra frente PDIB ...  !



domingo, 11 de novembro de 2012

Vias de Paciência



Gratidão à Perimetral

O Budismo recomenda agradecermos a tudo e a todos. Está na hora de começarmos a agradecer ao Elevado da Perimetral que durante décadas serviu ao Rio de Janeiro.

Informa a edição on line de O Globo, de hoje, 11/11/12, que a partir de abril do ano que vem o querido Elevado, por onde transitei inúmeras vezes, será implodido, não sei se parcialmente ou totalmente. Ali será construído o Porto Maravilha.

Inicialmente, me vem à mente o ensinamento do Buda: “tudo passa, tudo é transitório”. Absolutamente tudo..., neste plano físico da existência...

Penso que, daqui para a frente, o carioca precisará redobrar a dose diária de paciência para trafegar pela cidade. Engarrafamentos serão muitos, até porque com a construção de estações do Metrô para a Barra da Tijuca, vão mexer já, no trânsito do Leblon e adjacências... haja retenções... obra prevista ao longo de 18 meses...

Outro ensinamento do Buda: “a paciência é a maior de todas as virtudes”.

Outro dia, ouvi numa fila alguém exclamar ironicamente: “Falam tanto em Paciência, eu não sei onde mora esta senhora!”. E eu brincando respondi: “Ela mora no seu coração, dentro de você e só através da oração e do silêncio ela se manifesta, ela aparece”. O cidadão tomou um susto, não sabia o que responder... pedi desculpas a ele pela interferência e completei: “é um ensinamento budista”.

Portanto, vamos agradecer ao Elevado da Perimetral que tanto serviu à cidade. Vejam quantas pessoas trabalharam na construção dele, do mais humilde servente de pedreiro, ao engenheiro chefe ou secretário de obras. E todos deixaram ali as suas vibrações, as suas energias, seus sonhos, caminhos e descaminhos. 

Quando o Buda, acertadamente, recomenda agradecermos aos objetos, lugares aparentemente inanimados, é porque ali está implícito muitas vidas, milhares de vidas que por ali passaram.

Que a felicidade, a paz e a saúde também estejam nas novas vias que vão se abrir na "Mui Leal e Heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro".

sábado, 10 de novembro de 2012

O Buda e os Contos e Fadas



Budismo e Contos de Fadas

“Em seu livro “Literacy Criticism East and West”, diz Lafcadio Hearn que a maioria das lendas e fábulas do Velho Mundo poderia ser levada até suas origens budistas. Na verdade, estudos de folclore comparado demonstram que numerosas histórias de fadas do Ocidente derivam, de fato, de fontes budistas e indianas. Além do mais, e este fato é frequentemente apontado, a famosa passagem bíblica sobre o filho pródigo tem um paralelo quase exato no Lótus Sutra. Esses paralelos sugerem, mais uma vez, que forçosamente houve alguma ligação entre Budismo e Cristianismo”.

A citação está na página 83 do ótimo livro “Budismo: O Primeiro Milênio”, de Daisaku Ikeda, editora Record, 1977. O autor é o presidente da linhagem BSGI – Brasil Sokka Gakai Internacional. Uma corrente leiga budista que está presente em mais de 80 países e tem como livro base o Sutra Lótus.

Já existem, em outras línguas, diversos estudos sobre o paralelismo entre os Contos de Fadas e o Budismo. Foi a partir das famosas histórias do Játaka que tais narrativas se espalharam. Os Játakas contam as vidas anteriores do Buda, quando ele era animal, planta, mineral etc.

Daisaku Ikeda nasceu em Tóquio, em 1928, já escreveu mais de 40 livros, traduzido em vários idiomas. Neste Budismo – o Primeiro Milênio ele fala da expansão do Darma em vários países: Inglaterra, Palestina etc. Além da própria Índia, quando era o apogeu da Civilização Budista. Ikeda cita fontes afirmando que os antigos Celtas e sacerdotes druidas conheciam o Budismo através de missionários (monges e leigos) que andavam pela velha Europa.

Na obra há um capítulo sobre o Sutra Vimalakirti onde se diz que o Buda não fazia distinção entre leigos e monges. Vimalakirti era um chefe de família, comerciante e completamente iluminado.

Em 31/10/1992, o falecido colunista Zózimo Barroso do Amaral, em sua prestigiosa página no antigo Caderno B, da edição impressa do Jornal do Brasil informava:

“A Academia Brasileira de Letras tem pela primeira vez um membro correspondente asiático. Trata-se do intelectual japonês Daisaku Ikeda”.

domingo, 4 de novembro de 2012

Educação é Vida



Dimensões da Educação

Educação é um todo, é abrangente, é um educar-se até o final da vida, é um construir-se, melhorar-se e neste caminho tudo está incluído, por mais amplo que seja este “tudo”. Pelo menos, o “todo – tudo” possível de cada um. Esmerar-se, empenhar-se num diálogo com as partes que compõem esse todo-tudo, como um mosaico. A alegria, o prazer da leitura coaduna-se com a satisfação, o encanto do constante aprender, apreender, ser. Nunca acabado, mas um fazer-se. Descobrir, descobrir-se.

As reflexões acima me vem à mente enquanto estou lendo e gostando do livro de Andréa Ramal: “Depende de Você – Como fazer de seu filho uma história de sucesso”, editora LTC, 2012.

A autora é doutora em Educação pela PUC-Rio, consultora da área de educação da TV Globo, com uma coluna semanal no telejornal Bom Dia Rio. Dirige Projetos Educacionais desenvolvendo ações de responsabilidade social em diversas empresas. Tem livros publicados no Brasil e exterior, treinou e capacitou professores e gestores em países da América Latina. Há mais de 20 anos dedica-se ao tema.

Um dos itens que nos chamou a atenção está na página 33 quando fala sobre “Atividades voltadas para o interior, como meditação”. Existem muitos outros itens, ao longo das 222 páginas que merecem os nossos bons comentários, mas vamos ficar, desta vez, só com este, que coincide justamente com proposta semelhante que já desenvolvemos em algumas escolas do Grande Rio, o PARE – Projeto Atenção e Relaxamento na Escola.

Em vez de meditação chamamos de Relaxamento.

Quem desejar maiores informações é só visitar o blog     www.andrearamal.com.br

Bons estudos, boas pesquisas.


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

PCdoB na Baixada Fluminense



PCdoB pós 2º Turno


Tenho enorme simpatia, respeito e admiração pelo Partido Comunista do Brasil.

Conforme li no site www.vermelho.org.br

O partido conquistou 56 prefeituras em todo o país.

Uma delas aqui pertinho, em Belfort Roxo, Baixada Fluminense. O prefeito eleito Dennis Dauttmann, nasceu na Bahia, mas mora na cidade há 40 anos.

Há muito o que fazer e vai investir bastante na saúde, disse.

Aos poucos, paulatinamente, o 65, o número do partido, vai crescendo e dando o seu recado.

Parabéns aos eleitos, não apenas do PCdoB, mas de todos os partidos.

A população brasileira merece dias melhores com boa saúde, transportes decentes, baratos e educação de qualidade.