sábado, 26 de fevereiro de 2011

Maravilhas da Impermanência

O filósofo Buddha, no século 6 antes de Cristo, já alertava para a total impermanência de todas as coisas. Nos planos pessoal e coletivo. Há fortes indícios de que os pensamentos da Índia e Grécia antigas eram parecidos e um, respeitando-se as devidas proporções, sabia da existência do outro.

Vejam que todos os sistemas, todos os regimes, todos os impérios, mais cedo ou mais tarde desaparecem...

Seguindo este raciocínio, mas cedo ou mais tarde, o Capitalismo Vitorioso que agora dizem que é Eterno, também vai passar. Tiraram Deus da Eternidade e colocaram no lugar o Capitalismo Vencedor e suas mazelas: a pobreza eterna, as injustiças sociais eternas, a concentração de renda eterna nas mãos de uns poucos etc.

Duvida? elites unidas jamais serão vencidas, enquanto isso o povo desfila nos blocos carnavalescos, de olho no futebol. Um amigo me disse hoje, “o Império Romano inventou uma fórmula imbatível – pão e circo”. Tem sido assim e continuará sendo assim...

Mas, conforme o Buddha, belo dia este sistema nefasto vai passar e, junto com ele, seus filhos: Democracia, Neoliberalismo, Consumismo.

É interessante que todos os sistemas, todos os regimes, todos os governantes, em todos os quadrantes, de uma forma ou de outra, se dizem democratas. Parece aqueles remédios artesanais que vendem nas feiras, as famosas garrafadas, servem para tudo.

E o que vão colocar no lugar do Capitalismo-Democracia?

Não sei, lembro de um bom livro espírita: Exilados de Capela. Dizem os Espíritos de Luz que a humanidade não é originária deste planeta. Talvez seja este o motivo porque a espécie humana destrói tanto o ecossistema.

Então, que a espécie humana volte para Capela (inclusive este que vos escreve) ou vá para outro planeta.

Vamos deixar a bela Terra apenas para os animais, vegetais, minerais e o seres invisíveis. Bem melhor assim e menos complicado.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Três Poesias

DOIS DE NOVEMBRO

No dia dos mortos
Eu celebro a vida
E qual fênix
Renasço das cinzas
Para um mundo melhor


VIVIDA ? !

Você não percebeu
Ficou no gesto
Perdeu-se no movimento

Confundiu meu afeto
Com a mão vulgar...

E indefeso, o carinho
Desfez-se
No ar.


CUIDADO !

Não se arrisque
A achar que já sabes

É tanto o saber
A saber
Que no arriscar
Você pode se perder.



(*) Estas três poesias foram publicadas na revista Oficina Caderno de Poesia, nº 15, 1990, 108 páginas, bem editadas pelo professor e mestre em Literatura Brasileira, Francisco Igreja. Nosso bom amigo Igreja faleceu nos anos 1990, quando preparava o seu doutorado na UFRJ.

Fica o registro de sua importância na então chamada Imprensa Alternativa da época. Nossa gratidão a todos os que direta ou indiretamente colaboravam, aos que escreviam e liam idem.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Tudo é Linguagem

É o título da ótima coleção didática para a segunda fase do curso Fundamental, quatro volumes, respectivamente do 6º ao 9º ano, cerca de mil páginas, ilustrações várias, editora Ática, 2011.

Três autoras: Ana Borgatto, Terezinha Bertin e Vera Marchezi. A primeira e a última são mestres em Letras; a segunda mestre em Ciências da Comunicação. Todas tituladas pela USP.

Recomendamos.

A sugestão para os livros didáticos, para os próximos anos é que, sempre na última capa colocam a letra do Hino Nacional Brasileiro. Sugerimos que também coloquem os outros hinos oficiais: Hino à Bandeira, Hino da Proclamação da República, Hino da Independência.

Diversifiquem. Criatividade minha gente.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Educação à Distância para Presos

O deputado federal Ariosto Holanda (PSB-CE) é autor do projeto 6828 de 2010 que prevê a implementação de redes de internet banda larga para as instituições prisionais, através de recursos do FUST – Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações.

Se aprovado (esperamos que sim) o benefício deve atingir 80% da população carcerária brasileira, estimada hoje em 400 mil adultos e jovens. Destes, 70% não concluiu o Ensino Médio e 10% são analfabetos.

O Plano Nacional de Educação prevê a implantação de tais cursos de Educação à distância.

Vamos torcer para que, o mais breve possível, tal novidade seja aprovada e concretizada. Estudando, os prisioneiros saberão que é possível mudar e melhorar não apenas as suas realidades, mas também influir no futuro do país com vistas à redução da violência.

A politização dos presidiários, bem como a politização de toda a sociedade brasileira é importante para que tenhamos dias melhores e mais pacíficos.

(os dados acima são do jornal PSB40, edição nov/dez-2010, informativo da Liderança da Câmara dos Deputados - Partido Socialista Brasileiro, Brasília - DF).

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Poder Não Se Divide

Aprendi muito cedo esta lição. Ainda nos meus anos infantis. De um lado com Mao Tsé Tung, Ho Chih Minh e outros; por outro lado, com o Espiritismo, Budismo e semelhantes. E até hoje, mais de meio século depois, observo que o mundo continua assim.

No plano físico, visível, no âmbito do Planeta Terra, quem manda é o Exército e, por extensão, as Forças Armadas, Forças Policiais, Forças Auxiliares e afins. Às vezes, acontece que o Exército de um país é tão forte, tão poderoso que manda e domina em outros países e até em grande parte do Planeta. Tem sido assim ao longo dos milênios.

No plano espiritual, invisível, religioso quem manda é Deus, que tem vários nomes. Só estes dois poderes, só isso e mais nada.

Vejamos o caso brasileiro: houve a tal redemocratização, foi feita a abertura política, partidos políticos vários, mas a estrutura de poder não muda, nem vai mudar, permanece a mesma há 511 anos. As elites continuam no poder, pois o poder não se divide.

É uma ingenuidade política muito grande pensar que este ou aquele partido vai melhorar ou mudar alguma coisa em termos de estrutura social. Não vai.

Outra ingenuidade política é afirmar: “O povo unido jamais será vencido”. O povo é sempre vencido como um castelo de areia, quando ousa se colocar contra o Poder, em qualquer regime.

Vejam em qualquer país do Planeta Terra que tem sido assim, através dos séculos.

Quem deseja maiores detalhes é só ler o livro clássico de doutrina militar O Livro Vermelho – Citações do Comandante Mao Tse Tung, editora Martin Claret, 224 páginas, 2004. É uma leitura, um exercício de filosofia, literatura, arte e teoria militar que pode ser adequada a qualquer ideologia.

Se alguém pensar nas chamadas revoluções populares, o que temos é que, nesses casos, o Poder foi “tomado” por outro exército. Só isso e mais nada. Sabemos todos que é um processo doloroso, sofrido e desgastante. E no Brasil isso não tem mais chance.

Como dizia Buda, tudo tem o seu Darma, a sua essência, a sua característica. E o Darma do Exército é exercer o Poder, exer-Ser. Vejam nos dicionários o significado do verbo exercer.

O que passar disso é brincadeira de política e, como todo adulto tem o seu lado criança, nada como umas eleiçõeszinhas... que não mudam nada... só de brincaderinhas...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

PCA - Partido Comunista do Astral

Este médium que vos escreve, através de sessão espírita, teve acesso a uma reunião do Comitê Central do PCA – Partido Comunista do Astral, na Espiritualidade Maior.

Era uma sessão, digo, reunião para analisar o caso brasileiro, estavam presentes os Espíritos de Marx, Engels, Lênin, Stálin, Trotsky (hoje, esses dois últimos, amicíssimos), Mao Tse Tung, Ho Chih Minh, Che Guevara, Gramsci e outros que tais.

Estavam presentes também muitos Espíritos de brasileiros que tombaram honrosamente, mas pediram que não citassem os seus nomes, pois estavam decepcionados com as ex-querdas brasileiras, salvo – claro – exceções.

Abrindo os trabalhos o camarada Marx, digo, Irmão Marx comentou que “já, há alguns anos, estamos acompanhando, perplexos, o desenrolar dos fatos em Pindorama, a bela terra dos tupiniquins” e perguntou se após os grupos de estudos realizados os ilustres camaradas, digo Espíritos, tinham chegado a alguma conclusão...

- Ou confusão – brincou Lênin – porque aquele povinho lá, sei não viu... só mais um milênio de opressão para eles... meio milênio é pouco, ainda não se tocaram...

Todos voltaram-se então para o camarada, digo, Irmão Ho Chih Minh, que em vida também foi monge budista e poeta de reconhecida sabedoria.

O silêncio se fez. Disse Tio Ho, como os meninos do Vietnã o chamavam:

- Amados Irmãos, após meditar bastante, verifiquei que as ex-querdas brasileiras estão precisando muito de nossas preces e orações. Penso que elas foram acometidas da Síndrome de Estocolmo, aquela em que o seqüestrado se apaixona pelo seqüestrador. E se não se apaixona no sentido de amor carnal, passar a adotar os hábitos do opressor, deslumbrados com o capitalismo...

- Mas eu sempre falei isso... – interrompe o Camarada, digo, Irmão Bakunin, chegando atrasado e completa – desculpem o atraso. Tão logo pode, o proletário se torna conservador, reacionário e chama patrão de meu louro.

- O Irmão Bakunin tem toda razão – disse Trotsky.

- Mas então, onde foi que nós erramos? – perguntou Engels.

- Eu sei – interferiu o Irmão Stálin – nós utopizamos demais os proletários, pensamos que eles se manteriam fiéis às suas origens pobres e não se entregariam nos braços das elites.

- E agora, que fazer? Perguntou Mao Tse Tung – camponês tem muito pouco, 80% da população mora nas cidades?

Nisso o Comandante, digo Irmão Che Guevara, pede a palavra, levanta-se e:

- Irmãos, vamos suspender os trabalhos, telepaticamente acabo de receber o comunicado de que a situação no mundo árabe está muito mais interessante. Pindorama já era, dificilmente deixará de ser quintal da grande nação do norte.

Todos concordaram. Gramsci ficou de fazer a ata espiritual. Logo em seguida cada camarada, digo cada Espírito foi procurar a sua falange e os espíritos de brasileiros presentes também se dispersaram.

Oremos !

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Manifesto-Decálogo Holocracia e Socioholismo

1 – Holocracia e Socioholismo são sinônimos. Doravante HS.

2 – Tudo é vida ! Tudo tem vida ! Nada nasce, nada cresce, nada morre, tudo se transforma. Primeiro Buddha falou isso, depois Lavoisier.

3 – Nenhuma espécie é melhor do que outra, do que as outras. Todas são iguais em importância para o ecossistema: humanos, animais, vegetais, minerais, seres invisíveis do bem para que tornem ótimos, seres invisíveis do mal para que se tornem bons.

4 – Os conceitos de bem e mal, admitidos acima, são no sentido de que não podemos, nem devemos prejudicar ninguém, nenhum ser, nenhuma espécie.

5 – Aqueles, aquelas de quaisquer espécies que prejudicam pelos mais diversos fatores sofrem a ação da Lei do Karma. Existe o carma negativo e o karma positivo. Karma (com k ou c) significa ação.

6 – Por exemplo: uma espécie pode se alimentar de outra. É a lei do mais forte para a sobrevivência. Os humanos que se alimentam de animais, vegetais e minerais, ao desencarnarem também serão comidos pelos micróbios, vermes, bactérias e afins. Ninguém escapa, mesmo que sejam cremados, as cinzas entram em decomposição.

7 – Logo, a questão da Lei do Mais Forte é circunstancial, impermanente e muda de acordo com o tempo.

8 – Portanto, lamentavelmente, mas é fato, uma nação forte domina a outra de modo temporário e das mais diversas formas. Uma classe social, ricos e elites dominam os pobres, até que estes acordem.

9 – A proposta HS é ver as coisas como elas são, de forma realista, como ensinou o filósofo Buda, no século 6 antes de Cristo. Sem romantismos, sem utopias, sem sonhos e sem esperanças de quaisquer naturezas. Isto é, o aqui e o agora, sempre mutável. Mas todos devem se trabalhar, holisticamente, para melhorar este quadro realista. De modo que a realidade, o real, seja melhor, isto é, que as espécies do ecossistema vivam mais felizes, sem os humanos deteriorarem a qualidade de vida das outras espécies.

10 – Sendo tudo tão mutável, este manifesto-decálogo pode e deve, ao longo do tempo ser melhorado, mudado, mexível com vistas à uma vida mais equilibrada. Nada é cláusula pétrea.

Madrid, 10/01/2011; 14:10 horas – mensagem recebida por inspiração mediúnica.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Re-Ler Marx Hoje

Re-Ler é mais do reler. É um ler atento, consciente do significado de todas as palavras, é como os budistas falam: ler com plena atenção, a plenitude de todos os sentidos possíveis e imagináveis em cada palavra.

Neste per-curso vamos Re-Ler o penúltimo parágrafo do famoso Manifesto Comunista:

“Os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam resolutamente que esses fins não poderão ser atingidos sem a derrubada violenta da ordem social atual. Que as classes dominantes tremam com a idéia de uma revolução comunista. Os proletários nada têm a perder com ela, exceto seus grilhões. Têm um mundo a ganhar”.

Observe bem que os autores: Marx e Engels não falam no uso de armas de fogo, ou de corte ou de perfuração. Portanto, a derrubada “violenta” pode ser através de palavras, da arte, de várias formas, derrubada pacífica e até silenciosa.

Vejam o exemplo de Gandhi que ajudou a libertar a Índia do Império Britânico através de muitas greves de fome. Vejam os muitos exemplos de cônjuges que, silenciosamente, saem de uma casamento/relação afetiva e simplesmente destroem a estrutura familiar. Vejam que a força da verdade, através da transparência absoluta pode mudar os rumos de uma nação (humana ação)

Nos exemplos abordados... a-bordados o que existiu foi uma atitude radical pacífica. Note que Heidegger afirma que “radical” é ter como base a raiz, a origem.

A luta armada é só uma interpretação. Preferimos a luta amada...

Vi, li, refleti e meditei nas definições dos mestres Houaiss e Aurélio, em seus dicionários, eles não falam em derramamento de sangue ao caracterizar o vocábulo “violência”.

Portanto, a forma violenta pode ser lida/interpretada como forma violeta, é só tirar o “n”, o que nos remete à Chama Violeta, movimento espiritualista dos Espíritos Ascencionados.

No livro referido, a fonte é a publicação da editora Garamond, 1998, pagina 88, o comentário da edição é do professor e escritor, deputado federal Chico Alencar, do PSOL-RJ.

Ainda com base no pensamento desses dois grandes autores, Marx e Engels, vejo que eles se equivocaram quando, utopicamente, dizem que os proletários irão mudar o status quo.

O que a História tem nos mostrado, até agora, é que os proletários que ficam toda uma vida explorados e produzindo bens de consumo para os ricos, para as elites, tão logo podem, começam a comprar e se endividar adquirindo tais bens de consumo. Se esquecem de suas origens, de suas raízes pobres e somam com os que estão no poder oprimindo-os economicamente.

Mao Tsé Tung, sabiamente deduzindo o acima, utilizou os camponeses. Mas hoje, quando grande parte das populações moram nas cidades e os campesinos são muito poucos fica difícil os pobres chegarem ao poder.

Como dizia meu falecido pai ... perdemos... resta-nos jogar futebol, pular carnaval, encher a cara de bebida e freqüentar o AA – Alcoólicos Anônimos e/ou afins.