sábado, 28 de março de 2009

Às Beldades Paraibanas

O título acima é do grande poeta brasileiro Augusto dos Anjos (1884-1914). Ele afirmava que a beleza da mulher paraibana é “filha única do Céu” e costumava cantar em versos “a graça, a beleza e o fulgor da mulher de sua terra”.

Tais poesias foram publicadas em um “famoso jornalzinho mundano”, o Nonevar, em 1907. O nome deriva-se dos “nove dias de festejos de Nossa Senhora das Neves”.

São várias poesias e várias homenageadas. Vejamos uma:

Pupu F.

Quando ela vem, cheirando a nardo santo
Luminosa coluna no ar se eleva
E o reino demoníaco da treva
Desaparece como por encanto.

Força é que extraordinária ode encomiástica
Melhor que o Pean e o canto das sereias
Celebre suas régias graças, cheias
Dos magníficos dons da força plástica.

E tudo ante ela, envolta em nítido halo,
Como uma subserviente vassalagem
Venha trazer-lhe, à guisa de homenagem,
A alma reconhecida de vassalo.

A publicação citada mais abaixo traz a foto de Leopoldina Fernandes, “na intimidade Pupu”, esclarece ainda que ela era “de estatura mediana, tinha os olhos miúdos e claros como os seus cabelos. Inteligente, refletida, plena de ternura, seu trato confirmava, integralmente o apotegma do filósofo de As Confissões: - o bom não é senão o belo posto em ação”.

Curiosamente, o paraibano Augusto dos Anjos, faleceu na cidade de Leopoldina, MG, cidade de mesmo nome de sua homenageada.

(as informações acima estão em Poesias de Augusto dos Anjos Às Beldades Paraibanas, da historiadora Célia Câmara Ribeiro, em 1994. Sua interessante pesquisa teve como base um outro livro, Augusto dos Anjos e Sua Época, de Humberto Carneiro da Cunha Nóbrega, reitor da Universidade Federal da Paraíba, em 1962).

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