segunda-feira, 23 de março de 2009

Grande Bagno

O português brasileiro é “chegou a hora da onça beber água”, não “de a onça beber água”.

É preciso acabar com a cultura do erro.

Não existe forma mais nobre ou mais inferior de usar a língua.

Eu estou no computador, não “eu estou ao computador”.

As línguas se transformam, mudam nem pra melhor, nem pra pior, simplesmente mudam.

Tudo o que existe na língua tem a ver com quem fala a língua.

A suposta concordância: não se fazem mais filmes como antigamente. Isso é uma loucura, é invenção de gramático.

Qualquer criança brasileira fala esplendorosamente bem o português brasileiro.

Pela linguagem científica não há diferença entre nós vamos e nós vai.

O vestibular é uma catástrofe.

Então o brasileiro que fala Cráudia, chicrete, Rede Grobo está simplesmente seguindo uma tendência milenar da língua portuguesa.

A pessoa fala Rede Grobo ou chicrete porque, do ponto de vista da articulação fonética, a articulação da língua, dos órgãos permite, é mais fácil falar assim.

Se você pegar todos os falantes não escolarizados, eles vão falar Grobo, Framengo, ingrês, porque é assim a tendência natural da língua.

As frases acima são de Marcos Bagno, professor doutor em Lingüística pela USP – Universidade de São Paulo. Fazem parte de uma ótima entrevista que ele concedeu à revista Caros Amigos, nº 131, fevereiro de 2008.

Seu livro mais conhecido, Preconceito Lingüístico, Edições Loyola, informa a revista, já passou da 49ª edição. Logo no ínício, página 9, ele afirma que: “tratar da língua é tratar de um tema político”.

Parabéns Bagno, um dos grandes brasileiros da atualidade !

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