sábado, 20 de maio de 2017

Capítulo 2 = Nichiren



O Bodhisatva Kokuzo (Capítulo 2 de “Nichiren – Plena Atenções de um Pequeno Pescador”).

Antonio Carlos Rocha


O Bodhisatva Kokuzo (em sânscrito: Akasagarbha) desempenhou um papel central nas visões e sonhos do jovem Nichiren, que mais tarde escreveu:

“Desde muito jovem, eu rezava ao Bodhisatva Kokuzo para que fizesse de mim um homem mais sábio”.

Ao meditar sobre esse bodhisatva, Nichiren sentiu vibrar sua vocação em tenra idade.

A afinidade de Nichiren com a tradição esotérica fica clara a partir de diversos aspectos de seu pensamento.

Na tradição esotérica, todos os seres sencientes são considerados capazes de alcançar a iluminação, auxiliados por mantras, obras de arte e várias práticas físicas e mentais. O meio para se alcançar essa iluminação são mudrás,  posturas, mantras, mandalas e técnicas de meditação.

Mantras, mandalas e mudrás são usados para inculcar hábitos de pensamento esotérico. O mantra é um instrumento para evocar e produzir algo na mente, uma fórmula sagrada, ou encantamento mágico, para trazer à mente a visão e a presença interior de uma divindade (um espírito, um ser de Luz). Ele é usado para ajudar o praticante a vivenciar a presença do Absoluto, ou Dharmakaya. No mantra ouve-se a voz do Dharmakaya vinda do próprio corpo. As mandalas, assim como os mantras, auxiliam nos níveis supra-racionais da experiência e são empregados para ajudar os estudantes a alcançar diferentes níveis de percepção.

Os parágrafos acima estão no livro Espiritualidade Budista, volume 2, editora Perspectiva, de Takeuchi Yoshinori. Autor e organizador. É professor emérito da Universidade de Quioto e um dos principais integrantes do movimento que ficou conhecido internacionalmente como Escola de Filosofia de Quioto, fundada por antigos alunos e admiradores do filósofo alemão Heidegger, no princípio do século 20.

- Após quatro anos de noviciado, o jovem Nichiren foi ordenado plenamente aos 15 anos, em 1237, no ramo esotérico Sanmon da linhagem Tendai. Continuando assim os seus estudos e pesquisas de todas as linhagens que na época existiam no Japão.

- Quando ele rezou ao Bodhisatva Kokuzo pedindo sabedoria, na verdade, era para compartilhar depois, com os discípulos, seguidores e amigos os ensinamentos do Senhor Buddha.

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